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O trabalho da segurança eletrônica para a inovação brasileira

Selma Migliori (*)

 

Nos últimos anos, as principais capitais do mundo entenderam que a segurança eletrônica é essencial para a gestão de cidades. Quando pensamos em smart cities é importante ter em mente que esta é uma necessidade para manter a oferta de serviços básicos apesar do adensamento populacional. O que poucos notam, é que a realização de grandes projetos não depende apenas de novas tecnologias, mas do trabalho de associações, empresas e empreendedores para criar bases legais, certificações e estruturas que possibilitem a integração entre setor público e privado.

No Brasil, nosso setor é o pilar para a consolidação do ecossistema de cidades inteligentes. Em primeiro lugar, a segurança eletrônica é a base da pirâmide tecnológica nacional. O parque de equipamentos instalados, como câmeras, alarmes, controladoras, sistemas de monitoramento, dentre outros, formam o solo através do qual – tanto o setor público quanto o setor privado – devem partir para construir e integrar dados, tecnologias e soluções a serviço do bem-estar social.

Este é o desafio que a Abese aceitou e que vem correspondendo ao representar as empresas de sistemas eletrônicos de segurança perante o governo brasileiro. A participação ativa em projetos de leis e na estruturação de políticas públicas para o setor tecnológico, assim como a presença nas câmaras 4.0 do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), tem o intuito de apresentar o segmento como uma ferramenta de escalabilidade de tecnologias, integrando-o ao ecossistema de inovação brasileiro.

O próximo passo da segurança eletrônica já foi dado. Neste ano, o Abese Labs By PNIT2I abrirá as portas para receber fabricantes de hardware e software abertos e municípios interessados em replicar estas soluções em larga escala. Trata-se de uma ação concreta que integra empresas da segurança eletrônica, demandantes públicos – municipais, estaduais e federais – assim como representantes do setor privado em busca de inovação.

As soluções abertas do Abese Labs By PNIT2I serão licenciadas exclusivamente pela associação – que servirá como um polo de integração e neutralidade entre o setor público e a segurança eletrônica. É importante notar que todo o trabalho que desempenhamos até aqui reverbera neste lançamento, como a Lei das TICs: os fabricantes de equipamentos poderão, através desta legislação, utilizar o incentivo fiscal para mobilizar ações de inovação dentro do ecossistema Abese para contribuir no desenvolvimento de equipamentos e soluções.

Desejo reforçar todo trabalho estratégico que existe por trás de cada conquista. Para gerar um ecossistema propício ao desenvolvimento da segurança eletrônica, a Abese mobilizou governos estaduais, municipais e federais, centros de pesquisa, academias e agências de fomento. Neste caminho, é fundamental contar com o apoio dos principais interessados: os empresários do setor. Se não existe futuro sem a segurança eletrônica, é correto afirmar que não existe segurança eletrônica sem o esforço coletivo dos diferentes atores que a formam. A Abese conquistou muito, mas o potencial do segmento é inesgotável desde que trabalhemos juntos.

 

(*) A autora é presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese).

Selma Migliori é presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese)

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