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A Inteligência Artificial já chegou na indústria

Gustavo Baumgarten (*)

Robôs que se movem de maneira autônoma e inteligente tomando decisões e prevendo cenários estão mais próximos do que se imagina. De acordo com previsões do Gartner, até o final de 2019, a Inteligência Artificial irá criar mais empregos no mundo do que extingui-los. O instituto aponta que a IA vai gerar 2,3 milhões de postos de trabalho até 2020, enquanto 1,8 milhão de empregos serão substituídos pela automação. Embora o uso de IA ainda esteja longe de ser comum aqui no Brasil, já existem aplicações na indústria que estão ao alcance de todos.

Segundo dados da consultoria IDC, os gastos globais com IA chegarão à R$ 140 bilhões este ano. Isso significa que, para além dos estudos acadêmicos, essas novas tecnologias já estão em fase de implementação. E existem diversas maneiras de se aplicar a Inteligência Artificial em equipamentos industriais. Uma delas, e talvez a mais avançada de todas, explora o ramo do aprendizado de máquinas que utiliza códigos e algoritmos computacionais para tornar um sistema capaz de tomar decisões com base em análises complexas, que aumentam a acuracidade de inspeções de qualidade, por exemplo. Com isso, podemos ter equipamentos de visão com o uso de Inteligência Artificial que permite inspecionar 100% dos produtos e embalagens produzidos.

Além dos sistemas de visão, a IA pode ser integrada à robôs móveis e colaborativos, que fazem o transporte de peças e equipamentos dentro da fábrica. Esses robôs são geralmente desenvolvidos para substituir os humanos em tarefas consideradas insalubres ou com riscos ergonômicos, seja pela repetição com que são executadas ou pelo peso excessivo envolvido no transporte dessas cargas. Os robôs podem circular de maneira autônoma por uma planta fabril e integrados à IA e são capazes de prever a necessidade de reposição de peças, entre outras atividades.

Seja qual for a finalidade da aplicação, a Inteligência Artificial representa um salto na transformação digital que caminha para uma realidade na qual a interconectividade dos equipamentos e as análises de dados tomam cada vez mais espaço em decisões estratégicas do negócio. Embora esses investimentos em novas tecnologias aliadas à IA ainda estejam ganhando popularidade no mercado brasileiro, já temos exemplos de grandes montadoras, indústrias de bens de consumo e farmacêuticas com projetos implementados ou em fase de implementação.

Os ganhos que os investimentos em tecnologias de ponta trazem vão além do aumento de performance e competitividade. Investir em robotização também está atrelado ao aumento da qualidade nos produtos e serviços e precisão nas atividades executadas por esses equipamentos inteligentes. Na prática, a transformação digital impacta positivamente todos os elos da cadeia produtiva de um setor e traz benefícios para o desenvolvimento do país. E as possibilidades são infinitas, seja por meio de processos mais inteligentes, robotizados ou automatizados, o importante é entrar no cenário digital e estar realmente preparado para acompanhar as mudanças que ainda estão por vir.
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(*) O autor é general manager da Pollux Vision.

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