A TV não está morta, vida longa à TV!
Adriano Oliveira
Com o advento da internet, nos anos 1990, e principalmente, após o surgimento das redes sociais, há 20 anos, muita gente apostou no declínio da televisão como mídia e veículo de propaganda. E se enganou.
O fato é que a chegada de novas tecnologias incentivou tanto as ações de TV como a retroalimentação entre as mídias, como é o caso dos comerciais com QR codes mostrados na TV que geram tráfego para sites. Outro dado que beneficia o formato em vídeo é que apenas 20% da população brasileira é plenamente funcional em texto. O celular é muito usado para acompanhar as redes sociais enquanto o telespectador assiste a alguma atração na televisão.
De acordo com um levantamento de 2021 da agência britânica de classificação de TV Broadcasters Audience Research Board – Barb, a TV responde por 15% do tempo gasto em conteúdo pela faixa etária de 25-34 anos. No público geral, o tempo gasto consumindo conteúdo via TV é 29%.
Não por acaso, o valor investido via agências de publicidade no ano passado, no Brasil, chegou a R$ 19,7 bilhões, e a maior fatia desse montante, 45,4%, foi para a TV aberta, seguida pela Internet, que ficou com 33,5%. E 87% da propaganda em vídeo ainda é veiculada na TV e não em plataformas de streaming.
Esses investimentos tendem a aumentar. Uma das razões é o envelhecimento da população. A faixa etária com mais de 50 anos correspondente a 25% da população no Brasil, mas que detém 40% da renda nacional – representando maior potencial de consumo – considera mais confortável consumir programas na TV do que no celular ou tablet. Acrescente-se a isso estimativas de que a cada 21 segundos uma pessoa faz 50 anos no Brasil.
A lembrança da marca é outro fator que se mantém forte em propagandas de TV. De acordo com a mesma pesquisa Barb, a TV causa lembranças mais duradouras para as marcas do que mídias digitais. A penetração efetiva da internet é de 15%. Tal índice é metade do alcançado pela TV. Aliado a isso, o pop-up nem sempre é consenso de boa experiência com as marcas.
Por outro lado, nunca vivemos tempos tão intensos, de mudanças e inovações de toda ordem a ponto de estarmos em vias de falarmos com nossas geladeiras diariamente. Muito do que será o futuro próximo ainda sequer somos capazes de imaginar. Mas, uma coisa é certa. Seja lá o que for, vai passar na televisão.
O autor é sócio e head de atendimento da Publiset.