Abinee já considera revisar para baixo a projeção de desempenho da indústria eletroeletrônica em 2025
O desempenho da indústria elétrica e eletrônica projetado para 2025 poderá ser comprometido pela elevação da Taxa Selic para 13,25%, pela manutenção do câmbio em patamar próximo aos R$ 6, além do prolongamento da greve dos auditores da Receita Federal. Esses fatores impactam os custos das indústrias do setor, que podem refletir no aumento de preços.
A expectativa da Abinee é de que o faturamento do setor deverá somar R$ 241 bilhões em 2025, crescimento de 6% em relação a 2024. “Muito provavelmente, teremos que revisar essa projeção diante desse eventual aumento de custos e, por conseguinte, de preços”, afirma o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato Barbato.
Segundo a Abinee , a alta dos juros e a perspectiva de novas elevações impactam diretamente nas vendas do setor. Por sua vez, a desvalorização cambial também afeta os custos logísticos, com elevação nos preços dos fretes e de armazenamento. Recente Sondagem realizada pela Abinee apontou que metade das pesquisadas indicou atrasos no recebimento de cargas importadas, considerando todos os modais de transporte. No caso das vendas para o mercado externo, 39% do total de empresas exportadoras relataram problemas no envio de cargas por via marítima. Somado a isso, as empresas tem demonstrado preocupação com a greve na Receita Federal, iniciada em 26 de novembro, que vem atrasando entregas e desembaraços de cargas. “Precisamos de ações efetivas do governo para resolver esse problema que se arrasta há 60 dias”, alerta Barbato. Segundo ele, já há relatos de empresas com paralisação parcial da produção.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (icei) do Setor Eletroeletrônico de janeiro já reflete essas dificuldades. Conforme dados da CNI agregados pela Abinee, o Icei recuou 3,6 pontos no primeiro mês do ano, passando de 52,4 para 48,8 pontos. Com essa queda, o Icei inicia o ano abaixo da linha divisória de 50 pontos, demonstrando falta de confiança. “Estes resultados mostram que os empresários do setor permanecem pessimistas com o rumo da economia brasileira”, afirma Barbato.