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Adoção da IIoT no Brasil começa a deslanchar

A adoção de Internet Industrial das Coisas (IIoT) pela indústria brasileira aumentou de forma mais acelerada no primeiro semestre deste ano. O número de novos associados à Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII) comprova o aumento do interesse das empresas pelo assunto. No total, são hoje 50 companhias associadas, sendo que, destas, 18 entraram no primeiro semestre desse ano.

“A adoção de Internet Industrial têm sido pauta das indústrias já há algum tempo, porém, na primeira metade deste ano percebemos que o ritmo acelerou e o tema tem sido colocado como uma estratégia para o negócio. Isso se comprova com a chegada de novos associados para debater a adoção de IIoT no Brasil, empresas de peso, como Krona, Porsche Consulting e Embraer”, comenta o presidente da ABII, José Rizzo.

Uma das principais iniciativas da ABII é a condução dos chamados testbeds, que são experimentos controlados nos quais soluções de Internet Industrial são desenvolvidas e testadas em um ambiente que simula condições do mundo real e exploram o uso de tecnologias novas e existentes funcionando conjuntamente em um cenário inédito. Testbeds bem-sucedidos são um grande estímulo para a disseminação da solução na indústria.

Para a empresa catarinense Krona Tubos e Conexões, a IIoT já é uma realidade e não há como deixar de trilhar este caminho. Edson Fritsch, superintendente industrial da empresa comenta que a empresa busca melhorar sua eficácia industrial para criar e manter uma vantagem competitiva no mercado em que atuam. “Entendemos a importância e a abrangência da IIoT, sabemos que é um longo caminho, razão pela qual aderimos ao movimento e já estamos trabalhando no levantamento e priorização das inúmeras oportunidades. Algumas iniciativas estão em andamento nos processos produtivos, ainda em fase inicial, mas que já começam a mostrar seu potencial na busca dos objetivos da excelência operacional. Esta é uma tarefa colaborativa, que exige usar todos os recursos atualmente disponíveis e desenvolver novas possibilidades e recursos, que ampliem oportunidades. Assim, nos associamos à ABII para somar esforços. A atmosfera nos grupos de trabalho da ABII e o alto nível de discussão dos temas nos deixam felizes por fazer parte deste processo e, ao mesmo tempo, ansiosos pelas entregas projetadas. A IIoT já é uma realidade e não há como deixar de trilhar este caminho”, afirma.

A ABII, outras entidades e órgãos do próprio Governo têm trabalhado para levar a mensagem da IIoT ao maior número possível de lideranças empresariais. “Muito foi feito no ano passado, mas pretendemos acelerar a divulgação em 2018. Daí, para a efetiva adoção, temos um processo que entendo ter três etapas: compreensão, priorização e execução. As empresas precisam primeiramente perceber o potencial impacto que a Internet Industrial terá na maior parte dos negócios. É preciso criar um grupo interno dedicado ao tema para avaliar as ameaças e oportunidades para seu negócio e iniciar a jornada de transformação, que passará pela execução de projetos pilotos para validação de tecnologias e conceitos”, afirma Rizzo.

Outro segmento que também contribui para as discussões e trabalhos realizados na ABII é o acadêmico. Com a entrada da Pontifícia Universidade Católica do Paraná como associada, professores e pesquisadores têm como objetivo estimular o desenvolvimento de pesquisas nesse mercado, além de já preparar os profissionais com o que há de mais novo em tendências e melhores práticas desde a universidade. “Dentro da ABII, conseguimos trabalhar de forma colaborativa para que os objetivos da IIoT sejam concretizados. Trazemos o que há de mais atual da Internet Industrial no Brasil para a sala de aula por meio de debates e novas tarefas e, desta forma, formamos profissionais preparados para o futuro e novos desafios, explica Ricardo Alexandre Diogo, coordenador e professor adjunto da PUCPR.

POTENCIAL – No Brasil, o mercado de Internet Industrial das Coisas (IIoT) movimentou US$ 1,35 bilhão em 2016, sendo que a indústria automotiva e manufatura foram as mais relevantes, de acordo com estudo da Frost & Sullivan.

Com grande potencial de transformação, especialistas estimam que este mercado movimentará cerca de US$ 15 trilhões nos próximos 15 anos, promovendo ganhos consideráveis de eficiência e produtividade, atuando também na redução de custos, consumo energético e uso de materiais.

A Transformação Digital engloba tecnologias emergentes como inteligência artificial, nuvem, analytics, robótica avançada e internet das coisas. A aplicação isolada ou combinada destas tecnologias está criando novos modelos de negócio e tornando outros obsoletos – é neste contexto que avança a Internet Industrial -, conectando equipamentos e máquinas que, até então, operavam isoladamente e gerando grande volume de dados em tempo real.

O tratamento dessa massa de dados por softwares de análise gera informações capazes de criar ganhos de eficiência e vantagens competitivas acentuadas para as empresas de diversos setores, como agronegócios, manufatura, transporte, geração de energia e cuidados com a saúde.

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