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Aporte privado no setor de infraestrutura deve atingir R$ 372,3 bi entre 2025 e 2029

De acordo com a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o aporte privado no setor de infraestrutura deve atingir R$ 372,3 bilhões entre 2025 e 2029, um aumento de 63,4% diante do ciclo anterior, compreendido entre 2024 e 2028.

 

Os dados foram divulgados no “Livro Azul da Infraestrutura”, publicação anual da entidade. O crescimento expressivo é atribuído ao avanço das concessões e à atual maior estabilidade regulatória.

 

Para Roberto Guimarães, diretor de Planejamento e Economia da Abdib, a tendência é de que a contratação de projetos continue crescendo, estando setores como rodovias, ferrovias e saneamento no centro das novas licitações.

 

Um marco fundamental para a alta nas projeções foi a privatização da Sabesp, a companhia de água e saneamento de São Paulo, em julho deste ano, que adicionou R$ 66 bilhões aos cálculos.

 

Mas, mesmo sem considerar este impacto, o investimento privado contratado até 2029 seria de R$ 305,9 bilhões, um salto de 34,3% em relação ao ano anterior.

 

A Abdib mapeou um total de 495 projetos com potencial de investimento estimado em R$ 750,5 bilhões, sendo R$ 288,6 bilhões apenas no setor de rodovias.

 

Segundo Guimarães, os avanços nas modelagens de editais têm sido cruciais. “Hoje, os contratos oferecem um equilíbrio melhor entre risco e retorno, o que atrai mais players para os leilões”, afirma.

 

GARGALOS – Apesar das projeções otimistas, os gargalos na infraestrutura brasileira permanecem. O corte de orçamento das agências reguladoras, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), é apontado por especialistas como um contrassenso, já que o volume de concessões vem crescendo exponencialmente nas áreas cobertas pelas agências.

 

“O governo precisa reforçar essas instituições, que têm um papel estratégico na supervisão de projetos”, alerta o executivo da Abdib.

Outro obstáculo é o licenciamento ambiental, que muitos empresários dispostos a investir consideram sendo ainda o maior entrave para a execução de projetos, com muita demora na análise e na aprovação – isso, quando não são derrubados.

 

Ainda assim, a confiança do setor privado no bom retorno dos investimentos em infraestrutura continua firme. Muitos empresários creem que estes gargalos tendem a desaparecer no curto prazo.

 

“O papel do capital privado é relevante porque garante os investimentos onde há rentabilidade e, com isso, divide a responsabilidade com o poder público, que pode direcionar recursos para áreas menos atrativas economicamente”, diz o ministro dos Transportes, Renan Filho.

 

Para ele, esta confiança empresarial, aliada a um ambiente de negócios mais favorável, consolida o Brasil como destino preferencial para investidores no setor de infraestrutura, garantindo ao país crescimento sustentável e maior competitividade. (Alberto Mawakdiye)

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