Metal Mecânica

BNDES certificará conteúdo local dos equipamentos a serem utilizados na construção do Navio de Apoio Antártico

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmou no dia 13 de junho junho acordo de cooperação técnica (ACT) com a Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), empresa pública criada em 1982 vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio do Comando da Marinha do Brasil. A Emgepron tem como finalidades promover a indústria naval brasileira, gerenciar projetos integrantes de programas aprovados pelo Comando da Marinha e executar atividades vinculadas à obtenção e manutenção de material militar naval.

O BNDES fará a análise e certificação do conteúdo local dos equipamentos que serão utilizados na construção do Navio de Apoio Antártico (NApAnt), embarcação militar de superfície e de alta complexidade tecnológica da Marinha do Brasil (MB). A embarcação é destinada a prestar apoio às pesquisas realizadas na Estação Antártica Comandante Ferraz.

“A iniciativa contribuirá para o desenvolvimento e aumento da competitividade da indústria naval brasileira, estimulando a inovação e agregação de valor aos bens de capital produzidos pelas empresas nacionais do setor”, diz Ricardo de Barros, diretor de Operações do BNDES.

“É com grande expectativa e confiança no sucesso do projeto, que a Emgepron participa, em parceria com o BNDES e a Marinha do Brasil, em tão importante empreitada, que proporcionará à indústria naval brasileira ingressar no restrito círculo daquelas capazes de construir navios com capacidade de operar nas gélidas regiões polares”, diz o diretor-presidente da Emgepron, Edesio Teixeira Lima Junior.

O consórcio construtor, formado pelo Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) e pela Sembcorp Marine Specialised Shipbuilding, cujo nome da sociedade de propósito específico criada para este fim é Polar 1 Construção Naval SPE, foi selecionado pela Marinha do Brasil por meio de chamada pública. O BNDES também participou dessa fase, ajudando a verificar o índice mínimo de conteúdo nacional exigido (47,68%). O valor do contrato do projeto é cerca de R$ 691,7 milhões e a expectativa é de que 600 empregos diretos e 6 mil indiretos sejam gerados.

Ao longo da construção do navio, até a sua efetiva entrega, prevista para 2025, o acompanhamento para comprovação do conteúdo local das máquinas, componentes e insumos utilizados será feito por meio do Portal CFI (Credenciamento Finame) do Sistema BNDES, em conformidade com os critérios e requisitos específicos elaborados em conjunto pelo banco e a Emgepron.

O acordo, que terá duração de quatro anos, permitirá ao BNDES partilhar o seu conhecimento sobre metodologia de aferição de conteúdo local, assim como obter expertise adicional no setor naval, que poderá ser utilizada para futuros credenciamentos no âmbito do CFI, que contribuirão para o fomento e incentivo à indústria local.

O BNDES prevê ainda a possibilidade de fomento à cadeia de fornecedores envolvida, financiando a compra de máquinas e equipamentos necessários à modernização de sua estrutura produtiva a fim de melhor atender às demandas do projeto. A iniciativa poderá servir de piloto para futuras apurações de conteúdo local em grandes projetos.

O BNDES tem um longo histórico de apoio a indústria Naval. Já participou e apoiou projetos de quatro navios militares de alta complexidade, denominados Fragatas Classe Tamandaré (FCT) e da construção das Fragatas Classe Tamandaré, entre outros.

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