Brasil é um dos cinco melhores países para contração de serviços, segundo a Kearney
A Kearney, consultoria global de gestão de negócios divulgou seu Índice Global de Melhores Localidades para Serviços 2021 (Global Services Location Index – GSLI). Realizado a cada dois anos, o estudo avalia fatores como atratividade financeira, capacitação profissional, disponibilidade de mão de obra, ambiente de negócios e desenvolvimento digital para elencar as 60 melhores localidades para contratação de serviços.
Índia, China, Malásia e Indonésia, nesta ordem, foram eleitas as melhores localidades para offshoring. O Brasil, que em 2019 ocupava a nona colocação, saltou quatro colocações e entrou para o Top 5 – o país ainda é o único latino-americano entre os 10 primeiros da lista. E Vietnã, Estados Unidos, Reino Unido, Filipinas e Tailândia completaram a lista dos Top 10.
Segundo o relatório, a América Latina mantém-se como região importante. Além do Brasil, México, Colômbia e Chile aparecem nas 11ª, 13ª e 24ª posições. São Paulo está rapidamente se tornando um hub digital para a América Latina, atraindo mais investimentos para start-ups de tecnologia do que Chile, Colômbia, Argentina e México juntos.
O surgimento de uma “rede mundial de hubs digitais” vem mudando a forma como corporações globais endereçam suas crescentes demandas por serviços digitais.
Esses centros de profissionais altamente qualificados em tecnologias digitais vêm servindo cada vez mais como “locais de parada única” (one-stop-shops) – e a proximidade com eles está se tornando fundamental para as empresas que buscam acompanhar as mudanças cada vez mais aceleradas, indica o relatório divulgado pela consultoria global Kearney.
Os autores do relatório GSLI identificaram três grandes evoluções nos modelos de entrega de serviços ao longo dos últimos 30 anos – offshoring, outsourcing e no-shoring. Agora, eles concluem que uma quarta onda, a da ressonância digital, está no topo das prioridades dos líderes de negócios e tomadores de decisões.
Em linha com essa evolução, o GSLI 2021 inaugura a métrica de ressonância digital, que atribui notas aos países com base nos conhecimentos digitais de suas forças de trabalho, entregas digitais, o volume de atividade corporativa e proteção legal à propriedade intelectual e outros elementos ligados às atividades de negócio.
“Seria um equívoco assumir que o crescimento da demanda por serviços digitais está limitado apenas às indústrias de telecom e tecnologia da informação”, avalia Cláudio Gonçalves, sócio da Kearney Brasil. “Os países que investem e aceleram suas taxas de adoção digital estão estabelecendo as bases para a competitividade em nível global. Com base em tendências atuais e em nossas discussões com líderes de negócios, imaginamos ver as notas de ressonância digital se tornarem cada vez mais relevantes no processo de tomadas de decisões já nos próximos anos.”
Quando o foco fica exclusivamente na questão da competitividade digital, alguns países se destacam como particularmente avançados em seus investimentos e infraestruturas. Os Estados Unidos, por exemplo, surgem em primeiro lugar, seguido por Suécia, Reino Unido, Singapura e Israel.
“O Brasil vem se mostrando uma excelente localidade para o offshoring. Este relatório deve servir de alerta para a reavaliação de estratégias de investimentos em digital”, avalia Gonçalves, destacando que muitos setores já vêm apostando nessa direção.
O GSLI analisou 60 países com base em inputs corporativos, atividades de serviços remotos atuais e iniciativas governamentais para promover o setor para ajudar as empresas a tomarem decisões sobre localidades-chave para suas operações de offshoring. O índice se baseia em 47 métricas em quatro grandes categorias: atratividade financeira, disponibilidade e capacitação de pessoas, ambiente de negócios e ressonância digital.
As métricas utilizadas para avaliar a atratividade das localidades foram determinadas a partir de respostas a pesquisas da própria Kearney, outros questionários do setor e conhecimento obtido em trabalhos realizados com clientes nos últimos cinco anos. O componente de custos de remuneração da categoria de atratividade financeira é baseado nos dados do Mercer Global Pay Summary. Os pesos atribuídos a cada métrica são baseados em sua relevância para a decisão destino para offshoring, novamente derivada da experiência do cliente e pesquisas do setor. Como a vantagem de custo é normalmente o principal motivador por trás das decisões, os fatores financeiros constituem 35% do Índice. Capacitação e disponibilidade de pessoas e o ambiente de negócios constituem, cada um, 25%, e a ressonância digital – a nova categoria do Índice – responde por 15%.