Cientistas chineses desenvolvem tecnologia que dá vida nova às baterias esgotadas de íons de lítio

Cientistas chineses desenvolveram uma tecnologia revolucionária de “terapia de precisão” capaz dar nova vida a baterias de íons de lítio envelhecidas ou esgotadas. Trata-se de uma solução sustentável para prolongar a sua vida útil e reduzir a poluição ambiental.

A pesquisa, liderada por Peng Huisheng e Gao Yue da Universidade Fudan, foi publicada na Nature, de acordo com a Agência Xinhua (https://english.news.cn/20250213/f6568dd1087a46e783adaefdc96a9e34/c.html )

Quando as baterias de íons de lítio perdem sua capacidade devido ao esgotamento dos íons de lítio ativos, elas são frequentemente descartadas como irreparáveis. No entanto, a equipe desenvolveu uma nova abordagem inspirada em tratamentos médicos.

Os cientistas projetaram uma molécula transportadora de lítio, que pode ser injetada em baterias degradadas para repor com precisão os íons de lítio perdidos. “Assim como tratar uma doença humana, nos concentramos em reparar o problema central da bateria, preservando ao mesmo tempo seus componentes saudáveis”, explicou Gao.

Projetar a molécula transportadora de lítio foi um desafio significativo. Sem modelos anteriores a seguir, a equipe recorreu à inteligência artificial. Ao digitalizar as propriedades moleculares e aproveitar vastos conjuntos de dados que abrangem química orgânica, eletroquímica e engenharia de materiais, eles usaram o aprendizado de máquina para prever candidatos viáveis.

O CF3SO2Li surgiu como a solução ideal devido às suas principais características como baixo custo, facilidade de síntese e compatibilidade com materiais de bateria convencionais.

Em testes rigorosos, as baterias tratadas com terapia molecular mantiveram o desempenho próximo ao de fábrica mesmo após 12.000 a 60.000 ciclos de carga-descarga, uma melhoria significativa em relação ao padrão atual da indústria de 500-2.000 ciclos.

“A nova solução não só retarda a retirada da bateria, mas também reduz o desperdício de recursos e a poluição”, disse Gao, observando que a equipe está agora otimizando a produção em massa da molécula transportadora de lítio e colaborando com os fabricantes de baterias para comercializar a tecnologia.