Demanda de aviões comerciais com até 150 assentos é de 10.500 unidades até 2044, projeta Embraer

A demanda estimada para entregas de aeronaves comerciais na categoria de até 150 assentos nos próximos 20 anos é 10.500 pedidos de novos jatos e turboélices até 2044, de acordo com o Market Outlook 2025, divulgado pela Embraer no dia 12 de junho. O documento também apresenta análises de variáveis e tendências globais em sete regiões do mundo que impactam a demanda por novas aeronaves. As estatísticas para a China são detalhadas separadamente no Market Outlook deste ano pela primeira vez, em virtude da importância crescente do país para aviação comercial.
O documento também analisa a demanda por aeronaves de carga, incluindo uma previsão para conversões de aviões de passageiros para cargueiros.
A previsão geral para o número de novas aeronaves de até 150 assentos permanece quase inalterada em relação à estimativa anterior da Embraer. Segundo Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, a consistência da estimativa pode ser relacionada à longevidade das tendências da sociedade, da cadeia de suprimentos e do cenário geopolítico que a Embraer identificou durante a pandemia.
“Muitas das mudanças estruturais desencadeadas pela pandemia provaram ser bastante duradouras cinco anos após o seu início. Em nosso primeiro Market Outlook pós-pandemia, destacamos a transição da globalização para uma perspectiva geopolítica mais polarizada. Hoje, à medida que países e regiões buscam maior autonomia estratégica, a demanda por acesso regional continuará a crescer. Acreditamos que frotas mistas que combinem aeronaves narrowbody de menor e maior porte são essenciais para esse crescimento de longo prazo. Frotas mistas fornecem a versatilidade necessária para que a capacidade se adeque melhor à demanda, para a expansão de malhas aéreas e para o apoio dos objetivos de desenvolvimento nacional e regional”, afirma Meijer.
DESTAQUES – O tráfego global de passageiros, medido por receitas por passageiros por quilômetro (RPK), deve crescer 3,9% anualmente até 2044. A China liderará entre as sete regiões globais.
A taxa de crescimento regional anual da RPK é de: 5.7% China; 4.7% América Latina; 4.4% África; 4.4% Oriente Médio; 4.1% Ásia-Pacífico; 3.1% Europa/CIS; 2.4% América do Norte.
Até o final de 2044 a participação da RPK será de: 39% Ásia-Pacífico; 37% Europa + América do Norte.
A demanda global por novas aeronaves de até 150 assentos é de 10,500 unidades, sendo 8,720 jatos e 1,780 turboélices. O valor de mercado de todas as novas aeronaves é de US$ 680 bilhões.
Dos estimados 8,720 jatos a serem entregues, 2,680 serão América do Norte (30.7%); 1,990 Europa/CIS (22.8%); 1,500 China (17.2%); 1,050 Ásia-Pacífico (12.1%); 770 América Latina (8.8%); 380 África (4.4%); e 350 Oriente Médio (4.0%).
Dos estimados 1,780 turboélices, 640 serão entregues na região Ásia-Pacífico (36.0%); 280 América do Norte (15.7%); 260 Europa/CIS (14.6%); 220 África (12.4%); 200 China (11.2%); 160 América Latina (9.0%); e 20 Oriente Médio (1.1%).
ÁFRICA – A Embraer publicou um relatório sobre o potencial a ser explorado para aprimorar a conectividade aérea dentro do continente africano. O estudo é abrangente e reforça o papel central da melhoria das viagens aéreas no impulsionamento do crescimento econômico e do desenvolvimento em toda África.
Apesar de a África representar 18% da população global, ela contribui com menos de 3% do PIB mundial e com apenas 2,1% para o tráfego global de passageiros e cargas aéreas, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). Essa disparidade tem papel importante na conectividade aérea limitada do continente, um gargalo significativo no desenvolvimento econômico e da aviação da África.
O relatório identifica a necessidade de mais voos diretos, mais frequências, hubs eficientes, tecnologia aprimorada e de parcerias/alianças mais fortes. O estudo também destaca a importância do foco em aeronaves de tamanho adequado e na experiência do passageiro.
POTENCIAL – O PIB da África tem crescimento estimado de 3,8% ao ano nos próximos 20 anos, com expansão da receita por passageiro por quilômetro (RPK, na sigla em inglês) projetada em 4,4% ao ano, superando as taxas de crescimento na Europa e América do Norte. Embora a África tenha a menor disposição de viajar do mundo, seu potencial de crescimento é imenso. O desenvolvimento da conectividade regional será um impulsionador fundamental desse crescimento.
DESAFIOS – Atualmente, 64% dos mercados regionais africanos são atendidos com sete voos semanais ou menos, indicando uma oportunidade significativa para aprimorar a conectividade. Muitos mercados de origem e destino (O&D) africanos permanecem pouco ou totalmente não atendidos por voos diretos, forçando alguns passageiros a fazer conexões em hubs distantes, localizados na Europa ou no Oriente Médio.
OPORTUNIDADES – O relatório da Embraer identifica 45 rotas regionais não atendidas por voos diretos atualmente. Essas rotas poderiam ter múltiplos voos diretos semanais em serviço, apoiando o crescimento econômico regional. As 10 principais rotas poderiam acomodar pelo menos três voos diretos por semana com uma aeronave de 100 assentos.
O relatório também utiliza uma curva de estímulo desenvolvida pela Embraer com foco no continente e baseada nos dados de tráfego dos últimos 10 anos, que estima o número esperado de passageiros com a abertura de uma nova rota sem escalas. Os dados mostram que o fator de estímulo varia de acordo com o tamanho do mercado. Por exemplo, um mercado com 50 passageiros antes da abertura de um voo direto, verá um aumento de 40% na demanda. Para um mercado menor, como de 20 passageiros, a abertura de um voo direto resultaria em um aumento de 80% na demanda.
Operações de hub eficientes e frequências aumentadas também são cruciais para melhorar a qualidade da conectividade, oferecendo aos passageiros maior flexibilidade e conveniência.
AERONAVES – Aeronaves com capacidade adequada, como o E2 da Embraer, são essenciais para desenvolver a conectividade em mercados fragmentados. Essas aeronaves oferecem custos de viagem mais baixos e maior alcance, tornando-as ideais para rotas de curta e média distância, e se destacam na abertura, sustentação e crescimento de novas rotas.
“Este relatório, e os dados por trás dele, destacam o potencial significativo para novas rotas e para melhorar a conectividade de hubs em toda a África. Ao adotar a aeronave adequada e ao aprimorar as viagens aéreas regionais, a África pode viabilizar novas oportunidades econômicas, melhorar a experiência geral de viagem para milhões de passageiros e desencadear o potencial econômico do continente”, afirma Stephan Hannemann, vice-presidente sênior de Vendas e Marketing e Head de Aviação Comercial da Embraer na África e no Oriente Médio. (foto/divulgação)