Energia solar atinge 37 GW no país e gera de 1,1 milhão de empregos

Um levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) dá conta de que o Brasil ultrapassou a marca de 37 gigawatts (GW) de potência instalada desta fonte de energia, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O volume já equivale a 16,3 % da matriz elétrica do país.
Ainda segundo a entidade, o setor gerou desde 2012 cerca de 1,1 milhão de empregos e evitou a emissão de 45,2 milhões de tde CO2 na geração de eletricidade. De lá para cá, a fonte solar também já trouxe ao Brasil mais de R$ 179,5 bilhões em novos investimentos, gerando mais de R$ 50,3 bilhões em arrecadação aos cofres públicos.
“A fonte solar é atualmente um dos principais vetores para acelerar a descarbonização do país e ajudá-lo a se posicionar como importante protagonista da transição energética sustentável que hoje se observa no planeta”, afirma o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk. “Sem dúvida, esta modalidade energética deverá ampliar em muito o protagonismo internacional do Brasil.”
Koloszuk observa que a energia solar pode se tornar, além disso, uma alavanca para o desenvolvimento social e econômico do país, reforçando a competitividade dos setores produtivos brasileiros e aliviando o orçamento das famílias que recorrerem à modalidade para o seu consumo de energia.
“A fonte solar também pode suprir, com energia mais barata,habitações de interesse social, escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias, bibliotecas, museus, parques e assim por diante”, reforça o executivo. E no médio e longo prazo, de acordo com Koloszuk, com a combinação de tecnologias como o armazenamento de energia elétrica e o hidrogênio verde, o Brasil pode ainda impulsionar,em paralelo ao seu desenvolvimento sustentável, a criação de milhares de novos empregos verdes.
GERAÇÃO DISTRIBUÍDA – A energia solar vem crescendo no Brasil especialmente na modalidade de geração distribuída.A tecnologia é utilizada atualmente em 99,9% de todas as conexões de geração distribuída no país, liderando com folga o segmento.
Nesta área, já são 25,6 GW de potência instalada da fonte solar. Isso equivale a cerca de R$ 128,4 bilhões em investimentos, R$ 33 bilhões em arrecadação e mais de 768,12 mil empregos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil.
Já no segmento de geração centralizada, o Brasil possui em torno de 11,4 GW de potência instalada em usinas solares de grande porte. Desde 2012, esses empreendimentos trouxeram ao país cerca de R$ 51 bilhões em novos investimentos e mais de 344,2 mil empregos acumulados, proporcionando uma arrecadação aos cofres públicos que superou R$ 17,3 bilhões.
Um estudo divulgado no final do primeiro semestre de 2023 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostrou que, com 3,06 GW de potência instalada, Minas Gerais tinha retomado a liderança na geração distribuída do país. O estado havia sido superado por São Paulo (3 GW) em março. Uberlândia é o munício com maior potência (128,6 MW), seguida pela capital Belo Horizonte (89 MW) e por Montes Claros (69 MW), no norte do estado.
Os painéis solares instalados em casas, prédios, comércios e área rural responderam por quase a totalidade das instalações – eram 2,99 GW de potência solar. A geração distribuída veio de pequenas unidades de até 5 MW. A explicação da volta de Minas Gerais ao topo do ranking está na retomada das análises para novas instalações de energia solar, que estavam suspensas.
Segundo colocado no ranking, São Paulo possuía no final de junho do ano passado 2,98 GW solares instalados. Os três municípios com maior potência instalada foram a capital, São Paulo, com 109,2 MW, Ribeirão Preto, com 84,1 MW e Campinas, com 75,4 MW.
Com 2,27 GW, o Rio Grande do Sul ocupou a terceira posição do ranking brasileiro. São quase 2,26 GW em potência solar. Caxias do Sul (85,8 MW), Novo Hamburgo (53,6 MW) e Santa Maria (51,6 MW) lideravam no estado. A capital, Porto Alegre, ficou na quarta posição, com 48,3 MW.
Também na Região Sul, o Paraná (2,16 GW) foi o quarto estado brasileiro em potência instalada na modalidade de geração distribuída, com a geração fotovoltaica respondendo por 2,13 GW desse total. Por município, os destaques foram Foz do Iguaçu (107 MW), Maringá (99,4 MW) e Londrina (79,1 MW). A capital Curitiba (78,2 MW) ficou em quarto lugar.
Na quinta posição, Santa Catarina somava 1,37 GW de potência advinda da geração distribuída, sendo 1,35 GW na modalidade solar. A capital Florianópolis liderava disparada, com 816 MW. Em segundo lugar estava Blumenau (22,8 MW), seguida por Concórdia (17,7MW) e Joinville (17,3 MW).
Já no levantamento por cidades, o mapa da Aneel muda um pouco, pois entram em cena as regiões Centro-Oeste e Nordeste. Embora Florianópolis tenha seguido como a cidade com maior potência instalada no Brasil, tem no seu encalço Brasília (DF), com 280 MW, Campo Grande (MS), com 205 MW, Cuiabá (MT), com 199,5 MW e Teresina (PI), com 182,7MW. (Alberto Mawakdiye)