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Esmagadora maioria dos brasileiros acredita que ciência é necessária para solucionar problemas do mundo

A grande maioria (85%) dos brasileiros acredita que precisamos da ciência para resolver os problemas do mundo e 65% acreditam que os melhores dias da ciência ainda estão por vir. O tema é tão relevante para os brasileiros que 63% afirma que teriam uma carreira relacionada ao estudo das ciências se pudessem voltar no tempo, por exemplo, nas áreas da engenharia, matemática, tecnologia e ciências. As principais justificativas para não terem feito essa escolha foram o alto custo da educação científica (38%), não terem estudado o suficiente (31%), o mau desempenho em matemática (25%) e a falta de percepção acerca de oportunidades de carreiras relacionadas a ciências (25%).

Os resultados são da segunda edição do Índice Anual do Estado da Ciência (State of Science Index – SOSI), estudo global encomendado pela 3M para mapear as percepções da população em relação à ciência. Realizada com mais de 14 mil pessoas de 14 países – incluindo o Brasil -, a pesquisa, conduzida pela Ipsos, tem como objetivo analisar a imagem, a relevância e o impacto da ciência na sociedade, de modo a estimular discussões a respeito do tema.

Apesar dos números apresentados pela pesquisa, o ceticismo entre os brasileiros em relação à ciência cresceu 5 pontos percentuais em comparação à pesquisa de 2018 (de 34% para 39%). Além disso, 50% da população só acredita em ciência quando ela está alinhada a suas crenças pessoais, e somente 27% a defendem durante discussões – uma explicação possível para essas contradições pode ser o fato de que os apoiadores da ciência podem não saber que é necessário um apoio a ela.

O estudo mostra desafios e oportunidades para aumentar o interesse pela ciência. Apesar de 70% dos brasileiros raramente, ou nunca, pensarem no impacto da ciência no seu dia a dia, a maioria tem um sentimento positivo em relação ao tema, mesmo com o crescimento do ceticismo. Além disso, 79% das pessoas se sentem curiosas em relação à ciência – enquanto apenas 12% se mostram indiferentes e 9% intimidadas.

“Analisando os resultados da pesquisa, vemos que os brasileiros valorizam a ciência e a veem com otimismo, mas ainda têm dúvidas e receios em relação a ela, já que o ceticismo cresceu em comparação ao ano anterior. Isso mostra como o papel da 3M, uma empresa com foco em inovação por meio da ciência, pode contribuir para aumentar o conhecimento sobre o tema e para a valorização da ciência no País. Queremos ter cada vez mais pessoas engajadas e defensoras da ciência”, comenta Paulo Gandolfi, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da 3M do Brasil.

COMUNICAÇÃO – A pesquisa revela que há uma oportunidade para aproximar a ciência e os cientistas das pessoas. A comunicação pode contribuir para torná-la mais acessível. Para 85% dos brasileiros, é fundamental que os cientistas relacionem a ciência as suas vidas cotidianas, para 87% ela deve ser apresentada de uma forma que seja mais fácil de entender, e 52% acreditam que os cientistas são elitistas. Além disso, 80% das pessoas são mais propensas a acreditar em informações vindas de alguém que trabalha no campo científico.

DIGITAL E ANALÓGICO – O estudo também revelou que a maior parte das pessoas valoriza mais os seres humanos do que a inteligência artificial. 82% dos brasileiros optariam por fazer cinco amigos reais em vez de atrair 5 mil novos seguidores nas redes sociais; 52% optariam por possuir um carro comum em vez de um carro autônomo; e 71% prefeririam um assistente humano do que um assistente de robô. A IA também gera algum temor sobre o papel da ciência e da tecnologia no futuro. Para 62% dos entrevistados, o papel dos robôs no ambiente de trabalho é algo que os faz sentir medo.

MUDANÇAS – É menos provável que brasileiros saibam “nada” sobre ciência (18% em 2019 vs. 22% em 2018).
Brasileiros estão menos propensos a pensar que a ciência é entediante (19% em 2019 vs. 26% em 2018).
Brasileiros estão menos propensos a dizer que a ciência causa tantos problemas quanto soluções (45% em 2019 vs. 52% em 2018).
Brasileiros estão menos propensos a acreditar que, se a ciência não existisse, sua vida cotidiana não seria tão diferente (32% em 2019 vs. 38% em 2018).
Os brasileiros se tornaram mais céticos em relação à ciência (39% em 2019 vs. 34% em 2018).

RESULTADOS BRASILEIROS E GLOBAIS – Brasileiros gostariam de ter mais conhecimento sobre ciência (59% concordam completamente, contra 36% globalmente).

Brasileiros concordam que é importante que todos tenham conhecimentos científicos básicos, independentemente da sua profissão (63% concordam completamente contra 39% globalmente).

Brasileiros são mais propensos a buscar uma carreira científica se pudessem voltar no tempo (63% contra 58% globalmente).

É mais provável que brasileiros defendam a ciência ao debater seus méritos (27% contra 20% globalmente).

Brasileiros estão mais propensos a confiar completamente na ciência (40% contra 28% globalmente) e em cientistas (31% contra 20% globalmente).

Brasileiros estão mais propensos a pensar que outros países valorizem mais a ciência do que o Brasil (85% contra 68% globalmente).
Brasileiros estão muito mais propensos a acreditar que seu país está ficando para trás quando se trata de avanços científicos (74% contra 44% globalmente).

Brasileiros estão mais propensos a pensar que o governo seja responsável pelo financiamento da ciência (71% vs. 61% globalmente).

Mais propensos a acreditar que a ciência é muito importante para:
Sociedade (82% vs. 60% globalmente).
Comunidade local (77% contra 47% globalmente).
Vida cotidiana (70% vs. 46% globalmente).
Família (69% contra 42% globalmente).
Os brasileiros são menos propensos a desistir de sexo (18% contra 28% globalmente) do que de seu smartphone.

É mais provável que os brasileiros tenham medo, em vez de entusiasmo, com futuros avanços:

Robôs em todos os locais de trabalho (62% vs. 52% globalmente).
Carros sem motorista em todas as estradas (54% vs. 47% globalmente).

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