Metal Mecânica

Exportações da indústria de máquinas crescem mais que de outros setores

As exportações do setor de máquinas e equipamentos seguem em crescimento e destoa do observado na indústria em geral. “O coeficiente de exportação do setor de máquinas e equipamentos mantém trajetória de crescimento desde 2015. Na comparação com 2013, ano de seu menor percentual desde o início da série em 2003, o indicador cresceu de 11,6% para 19,1% no acumulado em 12 meses (findo em junho de 2018)”, destaca o estudo Coeficientes de Abertura Comercial, divulgado no dia 12 de setembro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o estudo da CNI, a valorização do real frente ao dólar nos últimos dois anos levou a uma estabilidade da importância das exportações para a indústria brasileira. A participação das vendas externas no valor da produção da indústria ficou estável em 15,7% a preços constantes, no acumulado de julho de 2017 a junho de 2018, na comparação com todo o ano de 2017. No mesmo período, a participação dos importados no consumo brasileiro passou de 17,1% para 17,5%, a preços constantes.

Além do coeficiente de exportação e do coeficiente de penetração de importações, o estudo, feito em parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), traz ainda o coeficiente de insumos industriais importados e o coeficiente de exportações líquidas.

Desde o final de janeiro de 2018, o real iniciou movimento de desvalorização frente ao dólar, o que estimula as exportações e desestimula as importações, mas ainda é cedo para esse efeito se fazer presente nos coeficientes. Nesse sentido, a economista da CNI, Samantha Cunha prevê mudanças para os próximos meses: “O efeito do câmbio sobre as exportações e as importações tende a ser defasado, ele leva um tempo para aparecer. Então, até o final do ano, esperamos um aumento da competitividade das exportações brasileiras em razão da desvalorização do real que estamos observando desde o final de janeiro de 2018.”

O estudo alerta ainda que o cenário de maior instabilidade, tanto no plano externo, quanto no ambiente doméstico, gera incerteza sobre a receita e reduz o efeito positivo sobre as vendas externas. “A política de juros norte-americana gera pressões sobre as moedas das economias emergentes, com destaque para a Argentina, um importante parceiro comercial do Brasil. No plano interno, incertezas ligadas principalmente ao quadro político contribuem para maior volatilidade cambial”, explica Samantha.

SETORES – No acumulado em 12 meses – até junho de 2018 -, o coeficiente de exportação da maioria dos setores da indústria de transformação apresentou redução ou estabilidade. As maiores quedas frente a 2017 foram nos setores de metalurgia, veículos automotores, farmoquímicos e farmacêuticos e alimentos.

O coeficiente de penetração das importações, que mede a participação dos produtos estrangeiros no consumo nacional, cresceu na maoria dos setores, especialmente em outros equipamentos de transporte (reboques, aviões, navios), produtos diversos (como brinquedos e jogos, bijuteria e similares), máquinas e equipamentos, vestuário e acessórios, farmoquímicos e farmacêuticos e produtos de metal. “Apenas dois dos 23 setores da indústria de transformação (coque, derivados do petróleo e biocombustíveis e Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos) registraram queda do coeficiente de penetração de importações”, informa o estudo.

Fonte: Ipesi

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