Exportações de eletroeletrônicos aumentam, mas déficit da balança comercial do setor cresce

No acumulado de janeiro-abril de 2024, as exportações de produtos elétricos e eletrônicos somaram US$ 2,3 bilhões, 7,2% acima das ocorridas no mesmo período do ano passado (US$ 2,1 bilhões). Ainda assim, o déficit da balança comercial do setor somou US$ 12,99 bilhões, 11,6% acima do mesmo período do ano passado (US$ 11,64 bilhões). O crescimento do déficit se deve ao aumento de 10,9% nas importações, que totalizaram US$ 15,3 bilhões, de acordo com dados divulgados pela Abinee.

A maior taxa de crescimento nas exportações do primeiro quadrimestre de 2024 foi observada no setor de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica (GTD) (+49,4%). Houve forte expansão de 140% nas vendas externas de transformadores, que aumentaram de US$ 84 milhões no acumulado dos primeiros quatro meses de 2023, para US$ 202 milhões no igual período de 2024, tornando-se o terceiro produto mais exportado do setor.

Em seguida, foram verificados acréscimos nas exportações de Automação Industrial (+25,4%) e Equipamentos Industriais (+19,8%), onde estão classificados motores e geradores, cujas vendas externas cresceram (+18%), somando US$ 247 milhões. Atualmente, esses são principais produtos exportados do setor. Por outro lado, recuaram as vendas externas de Telecomunicações (-14,6%) e Utilidades Domésticas (-11,8%), influenciadas, principalmente, pelas reduções nas exportações de cabos para telecomunicação (-38%) e refrigeradores (-48%), respectivamente.

As exportações de Componentes Elétricos e Eletrônicos diminuíram 8%, totalizando US$ 844,1 milhões. Foram observadas quedas nas vendas externas de diversos produtos, com destaque para os circuitos impressos (-76%), semicondutores (-55%), componentes para equipamentos industriais (-16%) e motocompressores herméticos (-10%). Observou-se também retrações nas áreas de Informática (-5,8%) e Material Elétrico de Instalação (-3,2%).

IMPORTAÇÕES – As importações de produtos elétricos e eletrônicos atingiram US$ 15,3 bilhões no acumulado de janeiro-abril de 2024, resultado 10,9% superior ao verificado no igual período de 2023 (US$ 13,8 bilhões).

A maior taxa de crescimento ocorreu em Utilidades Domésticas (+17,6%), influenciada, principalmente, pelas elevações nas compras externas de condicionadores de ar (+363%), fornos (+117%) e refrigeradores (+94%).

As importações de Componentes somaram US$ 7,8 bilhões, 16,3% a mais que as ocorridas no igual período do ano anterior, com destaque para os semicondutores (+23%), cujas importações aumentaram de US$ 1,8 bilhão para US$ 2,2 bilhões, no acumulado de janeiro a abril de 2024.

O resultado desta área também foi influenciado pelo aumento nas importações de outros itens tais como: componentes para informática (US$ 1 bilhão), componentes para telecomunicações (US$ 1 bilhão), eletrônica embarcada (US$ 923 milhões), componentes para equipamentos industriais (US$ 500 milhões), entre outros. Cresceram também as importações das áreas de Automação Industrial (+15,8%), Equipamentos Industriais (+15,3%), Material Elétrico de Instalação (+8,8%) e Informática (+8,1%).

Por outro lado, as importações de GTD recuaram 10,9%, influenciadas pela queda nas compras de módulos fotovoltaicos (-16%), que diminuíram de US$ 1,3 bilhão para US$ 1 bilhão no acumulado do primeiro quadrimestre

Porém, é importante destacar que a queda no montante importado destes módulos ocorreu devido à redução de preços internacionais, pois as importações destes itens em unidades cresceram 133%, passando de 40 milhões de módulos de janeiro-abril de 2023 para 93 milhões no mesmo período de 2024.

Apesar da redução de 16% (em dólares) nas importações de módulos fotovoltaicos, estes itens ocuparam a segunda posição no ranking de produtos mais importados do setor, ficando depois somente dos semicondutores (US$ 2,2 bilhões).

Porém, o montante de semicondutores não se refere somente às importações de um produto, mas sim às compras externas de um grupo de produtos que são classificados como semicondutores, tais como diodos, transistores, tiristores, circuitos integrados eletrônicos, memórias etc. Portanto, individualmente, o produto mais importado do setor continua sendo o módulo fotovoltaico.

Verificou-se também, diminuição nas importações de Telecomunicações, que recuaram 9,4% em decorrência,

principalmente, da diminuição nas compras externas de celulares (-33%).

ABRIL – As exportações de produtos elétricos e eletrônicos somaram US$ 670,7 milhões em abril de 2024, 17,3% acima das registradas no mesmo mês de 2023 (US$ 572,0 milhões). A maior taxa de crescimento ocorreu em GTD (+110,4%), destacando-se as vendas de transformadores, que cresceram 261%, somando US$ 73 milhões.

A área de Automação Industrial (+87,4%) também apresentou crescimento expressivo, principalmente devido ao aumento nas vendas de instrumentos de medida (+144%). Foram observadas ainda, aumentos nas exportações de Informática (+11,5%) e Material Elétrico de Instalação (+6,2%). A área de Equipamentos Industriais (+0,9%) ficou praticamente estável.

Por outro lado, recuaram as exportações de Utilidades Domésticas (-24,6%) e Telecomunicações (-15,7%). No primeiro caso, destacaram-se as retrações nas vendas de autorrádios (-78%) e refrigeradores (-71%). Já em Telecomunicações, o desempenho da área foi influenciado, principalmente, pelas reduções nas vendas externas de celulares (-88%) e estações rádio base (-50%).

As exportações de Componentes Elétricos e Eletrônicos (US$ 237,4 milhões) caíram 3,4% no mês de abril. Houve diminuição das vendas externas de diversos produtos, com destaque para semicondutores (-53%) e eletrônica embarcada (-11%).

Ao comparar as exportações de abril de 2024 com o mês de março de 2024, observou-se crescimento de 21,2%.

IMPORTAÇÕES – As importações de produtos do setor somaram

US$ 4,1 bilhões em abril de 2024, 24,9% acima das registradas no mesmo mês do ano anterior (US$ 3,2 bilhões).

A área de Utilidades Domésticas (+37,6%) apresentou a maior taxa de crescimento. Esse resultado ocorreu devido a ampliações nas compras

externas de diversos itens, tais como: condicionadores de ar (+327%), refrigeradores (+170%), fornos (+94%), entre outros produtos.

Em seguida, verificaram-se crescimentos expressivos nas áreas de Automação Industrial (+35,3%) e Componentes Elétricos e Eletrônicos (+31,5%).

Em Automação Industrial, observou-se aumento nas compras externas de instrumentos de medida (+46%) e aparelhos eletromédicos (+43%). Já em Componentes Elétricos e Eletrônicos (US$ 2,1 bilhões), houve elevações nas compras de componentes para informática (+61%), semicondutores (+48%), componentes para utilidades domésticas (+41%), entre outros itens.

Ocorreram também aumentos nas importações das áreas de Equipamentos Industriais (+17,7%), Informática (+15,0%), Telecomunicações (+9,6%), GTD (+5,8%) e Material Elétrico de Instalação (+2,5%).

Ao comparar com o mês imediatamente anterior, as importações do setor cresceram 10,9%.