Eletrônica e Informática

GDPR entra em vigor na União Europeia; muitas empresas não estão em conformidade com o regulamento

Com a GDPR (General Data Protection Regulation, em tradução Regulamento Geral de Proteção de Dados) entrando em vigor em toda a União Europeia nesta sexta-feira, dia 25 de maio, pesquisa revela que 85% das empresas na Europa e nos Estados Unidos ainda não estavam prontas no final de abril para o cumprimento da regulamentação. Além disso, algo como 25% das companhias não estarão totalmente em conformidade até o final deste ano, conforme aponta o estudo “Seizing the GDPR advantage: from mandate to high-value opportunity (em livre tradução: “Tirando Proveito do GDPR: do atendimento às normas às oportunidades de alto valor”). Dados da pesquisa do Instituto de Transformação Digital da Capgemini que entrevistou mil executivos e 6 mil consumidores em oito mercados, com o objetivo de explorar intenções, o nível de preparo e as oportunidades trazidas pelas novas regras.

Com o prazo final de 25 de maio, há um panorama misto em toda a Europa quando se trata de nível de preparo. As empresas britânicas, por exemplo, são as mais avançadas, apesar de apenas 55% delas terem informado que estão em grande parte ou totalmente compatíveis. Companhias da Espanha (54%), Alemanha (51%) e Holanda (51%) vem logo atrás, com a Suécia se apresentando como o mercado mais atrasado, com apenas 33% das organizações daquele país em grande parte ou totalmente em conformidade.

A pesquisa sugere que algumas organizações podem estar subestimando as oportunidades de negócios abertas pelo GDPR. Quase um terço das empresas (31%) está se concentrando na conformidade e relata que o foco de seu programa é tão somente cumprir com as normas, no lugar de se dedicar a obter vantagens competitivas por meio da adequação. Além disso, embora as companhias sem conformidade enfrentem multas de até 4% com base em suas receitas anuais, quase 19% delas afirmou garantir que estar preparadas não é uma prioridade para a organização.

A pesquisa sugere que as empresas que se anteciparam e investiram na conformidade e transparência de dados com os consumidores prevista na GDPR estão começando a colher frutos. Dentre os consumidores que já estão convencidos de que determinada organização protege seus dados pessoais, 39% compraram mais produtos e, consequentemente, aumentaram seu ticket. Esse aumento é substancial, com os clientes gastando até 24% mais. Além disso, 40% deles passaram a realizar transações com mais frequência com esta organização segura, seja de modo esporádico ou regularmente. No entanto, os benefícios vão além dos gastos: 49% disseram compartilhar experiências positivas com amigos e familiares, reforçando a reputação da empresa entre consumidores em potencial.

O GDPR também está “empoderando” os consumidores em relação aos próprios dados. Em toda a Europa, 57% das pessoas afirmaram que tomarão medidas contra uma organização se souberem que ela não está protegendo adequadamente seus dados pessoais. Destes, mais de 70% passarão a reduzir seus gastos (71%), deixarão de fazer negócios com ela (71%) e/ou compartilharão as experiências negativas com familiares e amigos (73%).

Para ajudar a contrabalançar esta tendência, o relatório destaca que as empresas precisam ter certeza de que conhecem o nível de confiança que seus clientes depositam nelas. Neste momento, no entanto, não é o que acontece: quase três quartos (71%) dos executivos acreditam que os consumidores não tomarão nenhuma ação significativa, tais como remover seus dados da base da companhia. Além disso, oito em cada dez disseram que os clientes confiam em sua organização em relação aos quesitos de privacidade e segurança dos dados, entretanto apenas 52% dos consumidores concordam com essa premissa. Essa percepção equivocada significa que as companhias estão perdendo os potenciais benefícios significativos anteriormente destacados e que apenas 11% estão concentrando seus esforços de conformidade com o GDPR nas necessidades dos clientes.

“Os executivos têm agora uma grande chance de usar o GDPR para criar uma estratégia de privacidade que faça do cliente o protagonista. Essa oportunidade de negócios é significativa”, afirmou Willem de Paepe, líder global de GDPR na Capgemini.

“Além de ganhar a confiança do consumidor e aumentar suas compras, saber exatamente quais dados são mantidos permite que as empresas usem análises com mais eficácia e melhorem as operações. As companhias também saberão quais arquivos devem excluir, liberando valioso espaço de armazenamento e reduzindo algo nos $3,3 trilhão que custarão a elas o gerenciamento de dados globais até 2020”.

O Instituto de Transformação Digital (DTI) da Capgemini entrevistou mil executivos de organizações com receita de mais de US$ 1 bilhão em oito países: Alemanha, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Itália, Reino Unido e Suécia. Além disso, o DTI falou com 6 mil consumidores (com 18 anos ou mais) em sete mercados europeus que estão sob jurisdição do GDPR: Alemanha, Espanha, França, Holanda, Itália, Reino Unido e Suécia.

A pesquisa foi conduzida entre março e abril de 2018.

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