IBM seleciona scale-ups brasileiras para expandir inovação aberta
A IBM anunciou ontem (4) o lançamento do programa IBM Open Ventures no Brasil, iniciativa focada em inovação aberta que visa identificar e integrar scale-ups com soluções que resolvem os desafios mais urgentes de negócios com agilidade e qualidade em projetos transformacionais para diferentes indústrias.
De acordo com a Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE), as scale-ups são empresas que sustentam um rápido crescimento por um longo período de tempo, com um modelo de negócios escalável. As scale-ups já identificaram um modelo de negócios rentável, replicável e escalável com tração no mercado.
O IBM Open Ventures trabalhará próximo a aceleradores e organizações similares para encontrar empresas nesse perfil com potencial inovador que usem tecnologia de ponta e que possam somar à expertise da IBM e serem integradas em novos projetos para empresas brasileiras nos principais setores. Será uma importante plataforma nacional para acesso a clientes, de vários segmentos e tamanhos, que ajudará a escalar seus produtos e soluções.
As scale-ups terão acesso a mais de 190 APIs da nuvem, assim como serviços IBM Watson, Blockchain e IoT disponíveis em IBM Cloud. Além disso, eles também se beneficiarão dos serviços e portfólio da Red Hat, pois a IBM está fornecendo as ferramentas que as empresas precisam para aproveitar os ambientes híbridos e multicloud, usando padrões comuns e abertos que podem ser usados em várias nuvens, aplicativos e provedores de serviços.
As scale-ups farão parte do ecossistema de inovação da IBM, já composto pelo IBM Research Lab, presente no Brasil desde 2011; pelo recém-criado Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial, em parceria com a Fapesp e a USP; pela IBM Garage, seus especialistas e metodologia; pelo Hub IBM Blockchain em São Paulo, além de uma nova região (Multi Zone Region), composta por data centers interconectados para prover às empresas um nível superior de resiliência e disponibilidade. Esse ecossistema fortalecerá as scale-ups com capital intelectual, tecnologias de última geração e ainda oferecerá espaço para soluções de prototipagem para os clientes.
“A inovação só acontece quando a dor de um cliente é solucionada. E, cada vez mais, é necessário reunir vários interlocutores para que isso aconteça de forma rápida e assertiva. Juntas, a IBM e as scale ups selecionadas conseguirão ajudar os clientes em problemas críticos de negócios. Elas complementam nosso portfólio e, ao mesmo tempo, ampliam sua base de clientes e presença no país”, diz Tonny Martins, Presidente da IBM Brasil.
O ciclo para identificar novas organizações será constante por meio de aceleradores, organizações agregadoras de scale-ups e recomendação de parceiros de negócios. O processo de seleção contará com um conselho de executivos da IBM.
A IBM identificou no mercado 40 scale-ups potenciais das quais 12 foram selecionadas por um board composto por executivos de diversas áreas, que avaliam a viabilidade de integrar as empresas ao Open Ventures considerando os clientes, as inovações apresentadas e as possibilidades de negócios.
Destas 12 selecionadas, a IBM anunciou as três primeiras a participar da iniciativa: GrowthTech, Tangerino e TNS.
a Growth Tech nasceu para solucionar problemas relacionados à ineficiência, prazos longos, custos altos e burocracia exigida no ciclo documental e cumprimento das obrigações jurídico-legais necessárias ao mercado imobiliário. Para tanto, desenvolveu uma solução que integra todos os atores envolvidos no ecossistema, em uma rede virtual baseada na tecnologia IBM Blockchain.
“Criamos uma solução inovadora que traz como diferenciais a capacidade de integração dos atores; a digitização integral dos processos, que hoje em dia ainda é manual; e o pioneirismo”, explica Hugo Pierre, sócio fundador da Growth Tech. “As primeiras transações imobiliárias do País com dois dos maiores players da América Latina foram realizadas por meio da solução da Growth Tech com 100% da infraestrutura fornecida pela IBM Blockchain”, conclui.
A Tangerino foi criada para levar tecnologia e inovação aos setores de Recursos Humanos e Departamento Pessoal com uma solução que substitui os relógios de pontos tradicionais possibilitando o controle de jornada de trabalho em tempo real dos colaboradores por meio um de aplicativo instalado em tablets ou celulares. O sistema também diminui o tempo gasto para o fechamento de folha de ponto, automatiza diversos processos do DP e RH e possibilita a gestão de colaboradores externos ou em outros regimes de trabalho, como o home office.
“Oferecemos o controle de ponto digital mais completo do mercado, suporte humanizado e infraestrutura robusta para atender todos os nossos clientes, independentemente de porte ou segmento”, explica Leonardo Barros, CEO da Tangerino. “Com o Open Venture, esperamos ganhar capilaridade e alcançar grandes corporações entregando soluções inovadoras, em conjunto com a IBM, que simplifiquem a gestão das empresas”, finaliza.
A TNS atende a indústria de alimentos e proteínas em geral oferecendo uma solução, denominada Kit Revella, de controle e rápida identificação de salmonella e escalonável para outros microorganismos, como pseudomonas syringae, para a agricultura, e listeria monocytogenes, para o setor de proteína animal. O kit funciona por meio de resposta visual para presença ou ausência de salmonella usando uma combinação de nano partículas funcionais e ligantes moleculares que identificam exclusivamente as estruturas de parede celular da bactéria do gênero salmonella. A inovação está caracterizada em aspectos como: redução de tempo, a não necessidade de pessoal técnico para realização da análise, não necessidade de energia, além da possibilidade de realizar análises ambientais diariamente.
“Atualmente granjas levam cerca de sete dias para realizar a detecção de salmonella, o que implica em um elevado gasto de recursos, como energia e controle de processo. O Kit Revella resolve o problema de identificação quase instantaneamente, triando os testes negativos e positivos em 12 horas de análise”, afirma Vendelino Neto da TNS. “A salmonella está presente em praticamente todos setores da indústria de alimentos e proteínas, sendo Brasil, China e EUA os principais demandantes de tecnologia para agilidade de resultados. Acreditamos que por meio do Open Ventures, da IBM, potencializaremos ainda mais nossa solução ajudando a resolver um problema que não é só do mercado, é da sociedade”, finaliza.