Indústria de máquinas e equipamentos começa o ano com crescimento de 19,5%

A indústria de máquinas e equipamentos começou o ano de forma promissora. Os principais indicadores do setor mostram crescimento de dois dígitos bastante altos na comparação de janeiro de 2025 com o mesmo mês de 2024, o que é notável, mesmo considerando que a base de comparação é baixa. O indicador que destoa é o de exportações, que caiu 22,3% na mesma comparação.
Conforme dados divulgados pela Abimaq, no dia 26 de fevereiro em coletiva de imprensa virtual, a receita líquida total de R$ 20.496,00 milhões em janeiro de 2025 é 19,5% superior ao do mesmo mês do ano anterior. Em comparação ao último mês de 2024, a queda foi de 4,6%, devido aos efeitos sazonais e ao tombo nas exportações. “Descontando os efeitos sazonais o setor registrou crescimento de 7,5% no período”, frisa o relatório da entidade.
No mercado doméstico, o faturamento de R$ 15.568,26 milhões em janeiro de 2025 é 32,3% superior ao do mesmo mês do ano passado e 5,8% acima do verificado em dezembro de 2024. O consumo aparente de R$ 33.051,38 milhões é 37,6% superior ao de janeiro de 2024 e 3,3% maior que o de dezembro de 2024.
Os números de janeiro vieram bons, embora a melhora se dê em comparação a uma base baixa, explica a diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella, acrescentando que a recuperação do setor se dá forma continuada desde agosto do ano passado.
EXPORTAÇÕES – A vendas externas do setor de máquinas e equipamentos totalizaram US$ 818,32 milhões em janeiro de 2025, bem abaixo da média mensal de US$ 1,088 bilhões de 2022-2023. O volume exportado é 22,3% menor que o verificado em janeiro de 2024 e 25,5% menor que o de dezembro de 2024.
As vendas externas vêm recuando desde o ano passado e a preocupação da Abimaq é que as exportações sigam recuando ao longo de 2025. A queda nas exportações não ocorreu de forma linear. Os setores fabricantes de máquinas para bens de consumo (+11%) e para petróleo (+18%) registraram expansão. Já os setores fabricantes de máquinas para construção (-45%), indústria de transformação (-29%) e componentes (-22%) registraram recuo. Juntos os setores fabricantes de máquinas para construção e de componentes explicam pouco mais de 80% da queda observada no período.
Os destinos de exportação de máquinas e equipamentos também apresentaram comportamentos diferentes. Houve crescimento nas vendas para os países da América do Sul e Europa e recuo nos
países da América do Norte e demais continentes. Na América do Norte, a redução da aquisição de máquinas brasileira prevaleceu neste inicio de ano. Nos Estados Unidos, a queda foi de 49,8% e no México
51,1% (US$ 168 milhões a menos de exportação).
IMPORTAÇÕES – Em janeiro de 2025 as importações foram de US$ 2.746,49 milhões, com crescimento de 4,5% em relação a dezembro de 2024 e 19,3% em relação a janeiro passado. No acumulado dos últimos doze meses, as importações aumentaram 12%, atingindo US$ 30,2 bilhões.
O relatório da Abimaq indica que as importações do mês de janeiro de 2025 foram as mais elevadas para o mês, superando as de 2013, quando o Brasil importou US$ 29,8 bilhões em máquinas e
equipamentos e passou a ser o maior nível da história. As importações vindas da China ganharam novamente espaço no mercado nacional e representaram 36% das máquinas com origem estrangeira, 32% acima do nível de 2024.
OUTROS INDICADORES – A melhora da receita líquida de vendas, na comparação interanual, contribuiu para manutenção do uso da capacidade instalada em nível inferior ao observado em 2024. A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de janeiro utilizando 74,9% da sua capacidade instalada.
Na carteira média de pedidos, medida em semanas para o atendimento, houve melhora em relação ao mês de dezembro 2024, mas não o suficiente para superar o resultado de janeiro de 2024.
Em janeiro de 2025 houve incremento no número de pessoas empregadas na indústria de máquinas e equipamentos. O setor encerrou o mês com 400,243 mil colaboradores, um aumento de 0,4% em relação ao mês de dezembro de 2024. (Franco Tanio)