Eletrônica e Informática

Inpe vai adquirir supercomputador de R$ 25 milhões para aprimorar o monitoramento e a previsão de eventos severos

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), realizou no dia 9 de setembro, a sessão de abertura das propostas para a aquisição de um novo sistema de supercomputação e armazenamento de dados de alta performance. Duas empresas se credenciaram para participar do certame, e a HPE-Cray Supercomputing foi declarada vencedora.

 

O novo supercomputador custará cerca de R$ 25 milhões e a previsão é de que seja entregue em até seis meses após a assinatura do contrato, com início da operação estimada para ocorrer entre abril e maio de 2025. O equipamento será instalado no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), na unidade do Inpe em Cachoeira Paulista (SP), onde são realizadas as atividades das previsões numéricas de tempo, de clima e ambiental feitas pelo instituto.

 

Uma vez em operação, o novo sistema representará um avanço significativo na capacidade de processamento de dados do Inpe, especialmente para o aprimoramento dos modelos numéricos de previsão do tempo, de clima e ambientais, além de permitir a criação de novos produtos com simulações mais detalhadas e precisas, fundamentais para as previsões ambientais, de eventos extremos e para estudos sobre mudanças climáticas.

 

Ao todo, o MCTI está investindo R$ 200 milhões em recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para atualizar as capacidades de infraestrutura do Inpe para previsão de tempo e clima, principalmente sobre eventos extremos.

O supercomputador faz parte do projeto Renovação da infraestrutura de supercomputação do Inpe, que tem como principal objetivo atender às demandas crescentes da sociedade brasileira por melhores previsões e monitoramento do tempo, clima e do meio ambiente.

 

No âmbito do projeto, esse é apenas o primeiro de quatro sistemas de supercomputação que estão previstos para aquisição e operacionalização que poderão chegar a 8 petaflops (8 quatrilhões de operações matemáticas em ponto flutuante por segundo), além da modernização da infraestrutura elétrica, de ar-condicionado e de água tratada, a instalação de uma nova subestação de energia elétrica e de uma usina de geração de energia elétrica fotovoltaica.

 

Além disso, o sistema de supercomputação que está sendo adquirido desempenhará um papel fundamental no avanço do desenvolvimento do Modelo Comunitário do Sistema Terrestre Unificado (Monan), um modelo unificado e comunitário ajustado para as condições tropicais e subtropicais da América do Sul. Esse modelo será aplicado pelo Inpe/CPTEC para a previsão e modelagem numérica de tempo, clima e ambiental, bem como para pesquisa e formação em fenômenos que envolvem a atmosfera, oceanos, superfícies continentais, criosfera e clima espacial.

 

O Monan está sendo preparado para fornecer produtos de previsões em um amplo espectro de escalas, desde o ‘nowcasting’ (6h), médio prazo (10 dias), subsazonal (1 mês), sazonal (3 meses) até mudanças climáticas (10 a 100 anos), e poderá ainda ser adotado por centros de pesquisas regionais e estaduais, além de universidades e instituições de ensino, permitindo uma maior integração de conhecimentos no campo da modelagem do sistema terrestre.

 

Em comparação ao Tupã, o novo supercomputador terá uma capacidade 15 vezes maior de armazenamento de dados paralelo e de alta performance, possuindo 120 nós e aproximadamente 30 mil ‘cores’ (ou núcleos), devendo ser o mais avançado equipamento de previsão de tempo e de clima do país quando entrar em operação.

 

SECAS E TEMPESTADES – O supercomputador será crucial no monitoramento e previsão de eventos severos, como tempestades e secas, graças à sua alta capacidade de processamento permitindo a realização de previsões numéricas com altas resoluções espaciais. Isso permitirá maior agilidade na detecção e acompanhamento desses eventos, oferecendo suporte à emissão de alertas e à coordenação de ações de emergência em curtíssimo prazo principalmente para a Defesa Civil.

 

Outra aplicação importante será nos estudos sobre mudanças climáticas, nos quais o novo sistema atualizará as capacidades do Inpe para a geração de cenários climáticos futuros. Esses cenários são essenciais para as Comunicações Nacionais do Brasil à Convenção do Clima e para a contribuição brasileira aos cenários globais de mudanças climáticas no âmbito do Coupled Model Intercomparison Project (CMIP), um projeto internacional do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).

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