Má qualidade dos dados afeta metade das empresas no Brasil
Alto nível de imprecisão e dificuldade no entendimento dos dados mostram que 50% das empresas brasileiras afirmam que têm a confiabilidade das análises prejudicadas. De acordo com a Pesquisa Global de Gestão de Dados da Experian, outro problema apontado pelos mais de mil profissionais entrevistados no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e Austrália é a perda de recursos e gastos adicionais gerados pela má qualidade nas informações – 42% localmente e 41% na média global.
Estes custos associados à má governança nas companhias são um desafio para 78% dos negócios, com 28% dizendo que este é um problema significativo. O Brasil fica acima da média global, com 87% afirmando ser um problema. Esse gasto é gerado por conta das más práticas, o que gera insegurança. A pesquisa indica que duas em cada cinco organizações dizem que os funcionários não estão convictos de que os insights gerados são eficazes.
“Dados precisos e confiáveis permitem um aumento na vantagem competitiva, refletindo na oferta de uma melhor experiência para o cliente, melhores tomadas de decisões, mais inovação e práticas comerciais eficientes. Na última década, esta frente ajudou os negócios a prosperarem, mas ainda vemos organizações que não possuem habilidades e os recursos necessários para aproveitar ao máximo os dados que possuem. Uma boa saída para empresas que enfrentam dificuldades para se estruturarem é buscar parceiros e fornecedores que tenham expertise em transformar interpretação de dados em ações práticas”, afirma o gerente Soluções de Marketing Services da Serasa Experian, Thomas King.
Apesar do aumento da consciência e das ações a serem tomadas, muitas companhias ainda não traduziram isso nos resultados esperados e veem as informações insuficientes e imprecisas influenciando negativamente as iniciativas: 76% delas afirmam não ter uma estratégia em andamento para endereçar os problemas com os custos, ainda que 64% afirmem que planejam fazer isso rapidamente. O relatório descobriu que 90% das empresas nacionais ainda lutam para incorporar insights significativos em seus processos, colocando os dados à disposição de mais pessoas, enquanto a média global é de 77%.
King diz que “para direcionar o desafio, os negócios devem investir em qualidade dos dados usando uma abordagem transversal entre os funcionários, que evite o acúmulo de informações em um só grupo. Sem padrões de qualidade, checagem e processos para gerenciar como estes insumos são capturados, mantidos e alavancados, os custos continuarão a crescer.”
De acordo com a pesquisa, os profissionais precisam melhorar suas capacidades de ler, trabalhar e analisar os dados, algo que será fundamental nos próximos cinco anos para 84% dos negócios em todo o mundo. No Brasil, este número chega a 90% – o mais alto entre os entrevistados.
A grande maioria das companhias globalmente (85%) diz que os dados são um dos ativos mais valiosos que possuem e 36% dizem que o conhecimento para extrair o máximo deles é crucial para inovar e preservar o futuro da empresa. Para direcionar esse tema, 30% das empresas têm programas em andamento para capacitar os funcionários e 36% dizem que estão planejando estabelecer algo do tipo no próximo ano.
“Apesar de enfrentar algumas dificuldades, já observamos que as organizações começam a desenvolver melhores práticas para qualificar as informações e incrementar a performance, como treinar funcionários e criar posições estratégicas”, comenta King.
A pesquisa entrevistou 1.100 pessoas no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e Austrália, representando empresas dos setores de variedade de indústrias, incluindo TI, telecomunicações, manufatura, varejo, serviços comerciais, serviços financeiros, saúde, setor público, educação, utilities e outras. Os entrevistados tinham cargos de analista de dados, analista financeiro, engenheiro de dados, administrador de dados, gerente de riscos, CDO (Chief Digital Officer) e CMO (Chief Marketing Officer).