Maioria das empresas brasileiras de TI é de pequeno a médio porte e faturam até R$5,4 milhões
A Assespro Nacional e a Federação Ibero-Americana das Entidades de Tecnologia da Informação (Aleti) acabam de divulgar os resultados do Censo do Setor de TIC. O levantamento se refere às atividades das empresas do setor de TI durante o ano de 2017 e englobou a participação de um pouco mais de 500 companhias do segmento localizadas não apenas no Brasil, como também nos 19 países membros da Aleti nas Américas (do Norte, Central e do Sul), assim como Portugal, Eslovênia, Bangladesh, Nigéria e República da Macedônia.
A pesquisa é realizada anualmente e está em sua 5ª edição trazendo resultados relevantes e detalhando o perfil do setor de tecnologia. “Nosso principal objetivo com este levantamento é atualizar as informações sobre o nosso setor e assim obter um retrato sobre as estratégias de desenvolvimento e chamando a atenção do mercado para os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação”, explica Jeovani Salomão, presidente da Assespro Nacional.
QUEM SÃO AS EMPRESAS – A pesquisa começa por mostrar a idade média das empresas participantes. A grande maioria, cerca de 40% da amostragem, é composta por companhias que atuam no mercado desde os anos de 1991 a 2000.
A novidade deste ano é o aparecimento de empresas que nasceram há pouco mais de dois anos, é um índice tímido, menos de 2%, mas inédito e que vale o registro. “As startups são hoje, sem dúvida, grandes impulsionadoras de novos negócios do nosso setor. São elas responsáveis, inclusive pelos investimentos em ações de pesquisa e desenvolvimento”, ressalta Roberto Mayer, diretor diretor-adjunto de Comunicação da Assespro Nacional e vice-presidente da Aleti e coordenador da pesquisa.
O censo vai ao encontro com o perfil do setor de tecnologia em todo o mundo. Pois, na pesquisa, a grande maioria das que responderam, cerca de 46%, são empresas de pequeno a médio porte que faturam de R$540 mil a R$5,4 mi ao ano.
CRESCIMENTO – Outro dado interessante apontado pelo Censo é relacionado com o crescimento dessas empresas, não só em volume de negócios, como também em número de novas contratações. Em 2015, o índice de empresas com taxas estáveis (com crescimento menor a 5%) correspondia a cerca de 20% do total, já em 2017 este mesmo índice diminui para 10%, o que mostra que essas empresas, apesar da crise, se reinventaram e conseguiram manter um índice de crescimento razoável, uma vez que grande parte da amostragem (44%) se concentrou em empresas que apontaram crescimento entre de 5% a 25%.
Já no que diz respeito ao volume de contratações de mão de obra também foi possível observar um aumento razoável do crescimento na faixa entre 10% a 25%. Em 2015, este índice atingia 12% da amostragem e em 2017 este mesmo foi para 18%, e houve também uma diminuição de 10% em 2015 para 4% em 2017 na faixa que calcula o enxugamento da força de trabalho dessas empresas denominada na pesquisa por “redução de 10% a 25% sob o volume de contratações”.
“Isso nos mostra que houve sim um aumento no número de pessoas contratadas em 2017 principalmente para o desenvolvimento em projetos especiais, tais como implementações de novos softwares de gerenciamento, por exemplo”, ressalta Mayer.
INVESTIMENTOS EM INOVAÇÃO – O censo também abordou os investimentos das empresas em projetos dedicados a Pesquisa e Desenvolvimento e Inovação (P&D&I). Mantiveram-se altos os índices que apontavam nenhum ou o investimento em um (1) ou dois (2) projetos tanto em 2015 (44%), quanto em 2017 (38%). Porém, foi possível observar um salto, ainda que tímido, nos intervalos que apontavam o investimento em 9 a 25 projetos. Em 2015, este índice chegou a 6% e em 2017 saltou para 10%, aproximadamente.
Ainda falando em P&D, o censo abriu um espaço para ressaltar os índices relacionados às empresas brasileiras. A boa notícia é que foi detectada uma diminuição de 24% (em 2015) para 14% (em 2017) sob a faixa de nenhum investimento em P&D e um aumento de 12% (em 2015) para 16% (em 2017) de empresas que investiram entre 8% a 15% de seu faturamento em ações de P&D.
“Entretanto, com estes resultados apontados por nossa pesquisa, ainda fica evidente que o nosso setor pode investir mais em ações de inovação e precisamos ressaltar a força da pesquisa como grande propulsora do desenvolvimento dessas empresas, até mesmo por questão de sobrevivência em um mercado tão competitivo e dinâmico”, finaliza Salomão.