Metal Mecânica

Mercado brasileiro de máquinas e equipamentos recua 12,8% de janeiro a setembro

O mercado brasileiro de máquinas e equipamentos apresentou desempenho negativo no mês de setembro de 2024 em relação ao mês imediatamente anterior e em comparação ao mesmo mês de 2023: a receita líquida total de R$ 23.648,72 milhões é 12,7% menor que a de agosto e 8,8% a menos que a de setembro de 2023. A receita líquida interna caiu de forma ainda mais drástica: o faturamento de R$ 16.436,44 milhões em setembro é 24,7% inferior ao do mês anterior e 17,7% menos que do mês de setembro de 2023, de acordo com dados divulgados pela Abimaq, no dia 30 de outubro.

 

Em que pese o desempenho ruim na passagem de agosto para setembro e o baixo volume dos pedidos em carteira, com somente 9,3 semanas para o atendimento, o que reflete uma redução de 5,3% em comparação a setembro de 2023, a Abimaq mantém a projeção de fechar o ano com queda no faturamento de 7% em relaçãoo ao ano anterior. De acordo com a diretora-executiva de Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella, a carteira de pedidos está em queda, mas a em proporção menor que a da redução faturamento. Além disso, em determinados segmentos, como o de máquinas para bens de consumo e de máquinas para construção civil a carteira está mais recheada que em 2023.

 

A diretora também acredita que o faturamento do quarto trimestre de 2024 será menor que o do terceiro trimestre, mas maior do quarto trimestre de 2023. Dessa forma, a queda no faturamento acumulado no ano deverá ser reduzida, como vem sendo observada nos últimos meses. A receita setorial total no período de janeiro a setembro somou R$ 198.684,75 milhões, refletindo queda de 12,8% na comparação com o mesmo período do mês anterior. No acumulado de janeiro a agosto, o setor registrava faturamento de R$ 174.198,63 milhões e recuo de 13,4% na mesma comparação. Em julho, a queda registrada era de 14,3%.

 

No acumulado de janeiro a setembro, o faturamento no mercado doméstico foi de R$ 147.572,96 milhões, 14,8% menor que no mesmo período de 2023. O fraco desempenho no mês de setembro no mercado interno ocorreu principalmente em função do mau desempenho dos setores agrícola, construção civil e infraestrutura.

 

EXPORTAÇÕES – As vendas externas no mês de setembro foram de US$ 1.301,49 milhões com crescimento de 37,8% em relação a agosto e aumento de 12,3% em comparação ao mesmo mês de 2023. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, as exportações totalizaram US$ 9.619,99 milhões, com recuo de 7,9% em relação ao mesmo período de 2023.

 

O crescimento das exportações de setembro em relação ao mês de agosto predominou por quase todas as atividades do setor A exceção se deu nas vendas direcionadas para a indústria de transformação de bens não duráveis e para agricultura. Os maiores crescimentos foram verificados nas vendas de máquinas para bens de consumo, de componentes e para infraestrutura, setores que registraram forte queda em agosto.

 

No ano, três grupos setoriais dentre os 7 monitorados registram desempenho positivo em 2024, o de máquinas para petróleo, o de componentes e o de máquinas para bens de consumo.

 

Entre os destinos de exportação, as maiores variações absolutas ocorreram na Coréia do Sul (US$ 168 milhões), Guiana (US$ 62 milhões) e Estados Unidos (US$ 37 milhões). Juntos, estes três países foram responsáveis por 75% do crescimento de setembro.

 

De janeiro a setembro, prevaleceu a queda, principalmente entre os mercados tradicionais de máquinas e equipamentos. Dentre os países que registraram aumento na aquisição de máquinas e equipamentos brasileiros se destacaram Cingapura, Coréia do Sul, Arábia Saudita e Catar. E dentre os com maiores quedas aparecem Argentina, Estados Unidos e China.

 

IMPORTAÇÕES – As importações de US$ 2.566,38 milhões no mês de setembro são 0,5% inferiores ao do mês anterior e 20,4% maiores que do mesmo mês de 2023. No acumulado de janeiro a setembro, a importações somaram US$ 21.989,62 milhões, com crescimento de 8,3% em relação ao mesmo período de 2023.

 

De acordo com relatório divulgado pela Abimaq, as importações do mês de setembro bateram recorde para o mês e o resultado acumulado de janeiro a setembro é o maior para os mesmos períodos de anos anteriores. “Este resultado poderia ser um indicativo de ampliação do nível de investimento em máquinas e equipamentos não fosse o fato de o consumo aparente nacional estar encolhendo em 2024 em relação ao ano de 2023.” De fato, o consumo aparente de R$ 269.812,71 milhões no acumulado de janeiro a setembro é 5,2% menor que no mesmo período de 2023.

 

Apesar do resultado de setembro ser relativamente estável ante o mês de agosto, se observou variações importantes nas importações de máquinas agrícolas que cresceu 25% e de máquinas rodoviárias que cresceu 23%.

 

No acumulado até setembro, o crescimento se deu na maioria das atividades, mas de forma mais intensa na indústria de transformação, responsável por 70% do crescimento absoluto das importações. Houve aumento ainda nas importações de componentes, na sua maior parte bombas e motobombas e de equipamentos para infraestrutura

(mineração e saneamento básico).

 

OUTROS INDICADORES – A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de setembro utilizando 76,2% da sua capacidade instalada, mesmo nível observado nos últimos três meses.

 

Em setembro de 2024 houve melhora no número de pessoas empregadas na indústria de máquinas e equipamentos. O setor encerrou o mês com 397 mil colaboradores. O maior número de pessoas empregadas em relação a agosto foi resultado da contração nas indústrias de máquinas para bens de consumo, para construção civil e agricultura. (Franco Tanio)

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