Eletrônica e Informática

Mercado é desafiador para os fabricantes de smartphones

O mercado de smartphones se mostra desafiador no primeiro trimestre de 2019, com as remessas caindo 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com os dados preliminares do estudo do International Data Corporation (IDC) “Worldwide Quarterly Mobile Phone Tracker”.

Os fornecedores de smartphones fizeram remessas totais 310,8 milhões de unidades no primeiro trimestre de 2019, o que marca o sexto trimestre consecutivo de queda. Em 2018, as remessas de smartphones caíram 4,1% em relação a 2017. Inclusive no primeiro trimestre de 2018 houve que de 3,5%, a metade da queda experimentada no primeiro trimestre de 2019.

Os resultados do primeiro trimestre de 2019, segundo o IDC, são um indicador claro de que 2019 será mais um ano de queda para as remessas globais de smartphones. O único destaque foi a Huawei, que declarou crescimento no volume e na participação de mercado, apesar dos ventos contrários.

Esta cada vez mais claro que a Huawei está fortemente focada em aumentar sua estatura no mundo de dispositivos móveis, com smartphones à frente, comenta Ryan Reith, vice-presidente do programa de estudos Worldwide Mobile Device Trackers do IDC. Para ele, o mercado de smartphones em geral continua desafiador em quase todas as áreas. Mesmo assim, a Huawei conseguiu aumentar suas remessas em 50%, tornando-se claramente a segunda em termos de market share e também reduzindo a distância para a líder de mercado, Samsung.

Do ponto de vista geográfico, enquanto o mercado da China parece que será desafiador ao longo de 2019, o mercado dos Estados Unidos apresentou a pior queda no primeiro trimestre de 2019. O volume de smartphones caiu 15% em relação ao mesmo período de 2018, visto que o índice de reposição continua a cair num dos maiores mercados mundiais.  Os desafios para os iPhone da Apple contribuíram para um primeiro trimestre  excepcionalmente ruim nos Estados Unidos, embora a Apple não esteja sozinha – Samsung, LG, e outros dez maiores fornecedores experimentaram queda nos volumes durante o trimestre.

A queda no mercado norte-americano pode ser atribuída ao continuado mercado fraco no segmento high-end, segundo Anthony Scarsella, gerente de pesquisa do estudo. “Os consumidores continuam a segurar seus celulares por mais tempo, porque os novos preços altos oferecem pouco incentivo para comprar novos modelos para atualização. Além disso, a pendente chegada dos modelos de celulares 5G pode estar fazendo com que os consumidores esperem que ambos, redes e aparelhos, estejam prontos pela primeira vez em 2020”, comenta.

EMPRESAS – A Samsung viu o volume de remessas cair 8,1% no primeiro trimestre de 2019, para 71,9 milhões de unidades. Os resultados foram suficientes para a empresa manter a posição de número 1 no ranking, mas a Huawei continua a reduzir a distância. Apesar dos desafios em termos de lucros, a Samsung diz que o recentemente lançado Galaxy S10 series vendeu bem durante o trimestre. Com a variante 5G lançada no mercado sul-coreano a Samsung tem planos para comercializar em outros mercados importantes em 2019. Porém, para a empresa deverá ser importante não perder o foco na sua estratégia de produtos intermediários para combater a Huawei.

A Huawei mudou sua posição para a de número dois do mercado de forma inquestionável e é a única fornecedora entre as dez maiores que experimentou aumento no volume no primeiro trimestre considerando a dez maiores do ranking global. A empresa aumentou impressionantes 50,3% no volume de remessas no primeiro trimestre, atingindo 59,1 milhões de unidades e 19% de participação no mercado.

A Huawei não só vem reduzindo a distância para a Samsung, como também continua seu momento positivo no mercado da China, com um portfólio equilibrado, visando todos os segmentos de mercado, de entrada ao high end.

A Apple teve um primeiro trimestre muito desafiador, com as remessas caindo para 36,4 milhões de unidades, o que representa uma queda impressionante de 30,2% em comparação ao mesmo período de 2018. O iPhone sofre para convencer os consumidores na maior parte dos principais mercados, à medida em que os competidores levam fatias suas de participação de mercado. A redução de preços na China por todo o trimestre, com acordos favoráveis ao consumidor em vários mercados ainda não são suficientes para encorajar o consumidor a fazer upgrades. Combinando isso com o fato de que a maior parte dos competidores irá lançar em breve celulares 5G e novos dispositivos dobráveis, o iPhone pode enfrentar dificuldades no resto do ano. Apesar da performance no trimestre, a forte base instalada da Apple junto com o recente acordo com a Qualcomm será visto como uma luz no fim do túnel para a empresa em direção a 2020.

A Xiaomi também experimentou redução de 10,2% no volume, totalizando 25 milhões de unidades. Apesar do continuado movimento em direção à Europa e outras mercados, a região da Ásia/Pacífico (excluindo o Japão) permanece como o mais importante mercado para a companhia, com China, Índia e Indonésia ficando com o grosso do volume. Dos três principais mercados, a Xiaomi só aumentou o volume de remessas para a Índia na região. Sua marca continua a ser construída em vários mercados, incluindo o da Índia à medida que penetra além das áreas urbanas.

A vivo voltou a fazer parte do top 5 do mercado de smartphones, com volume de 23,2 milhões de unidades e market share de 7,5%, empatando com a OPPO na quinta posição. Além da Huawei, a vivo foi a única fornecedora nas primeiras posições do ranking a aumentar o volume de remessas no primeiro trimestre de 2019, com volume 24% superior ao mesmo período de 2018. A Índia continua a ser seu principal mercado.

A OPPO estava empatada com a vivo em termos de market share, embora levemente atrás, considerando o volume de remessas. A OPPO fez remessas de 23,1 milhões de smartphones no primeiro trimestre de 2019, o suficiente para ter 7,4% de market share, embora o volume tenha caído 6% em relação ao primeiro trimestre de 2018. (Franco Tanio)

Mostrar mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo