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Micro e pequenas indústrias têm expectativas negativas com a retomada dos negócios no curto prazo

O mercado sente, desde o ano passado, a persistente alta da inflação, cujos reflexos atingem diretamente empresas de todos os segmentos e consumidores. O aumento contínuo dos preços, além de diminuir o poder de compra do consumidor, reflete na produção das micro e pequenas indústrias, que sofrem com a alta de preços pelo oitavo mês consecutivo, fatores que somados reforçam a expectativa negativa dos entrevistados com a retomada dos negócios nos próximos meses.

Segundo a pesquisa Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi), a expectativa de piora da inflação segue alta (61%), contra apenas 8% dos entrevistados que acreditam que vai diminuir e outros 30% que acham que fica como está.

Em cenário prolongado de alta de preços, o Índice de Custos ficou abaixo de 100 pontos pelo oitavo mês seguido, indicando tempos difíceis para as micro e pequenas indústrias. De acordo com a pesquisa, o indicador oscilou de 68 para 66 pontos entre julho e agosto, situação inédita na série histórica da pesquisa iniciada em 2013. Em 2021, a média do índice ficou em 66 pontos, numa escala que vai de 0 a 200, sendo 200 o resultado ótimo, em que nenhuma empresa enfrente alta de custo significativa.

Para 79% das micro e pequenas indústrias, a alta no preço de insumos e matérias-primas foi o principal entrave enfrentado no período. Apesar de ainda alto, o índice é o menor registrado em 2021. Em segundo lugar, o maior problema para os negócios foi a falta de insumos (47%), seguido de atraso na entrega de materiais (45%) e baixa qualidade dos materiais (26%). De acordo com a pesquisa, a expectativa de melhora nos negócios para os próximos meses recuou de 59% para 54%, uma inversão da tendência de otimismo crescente desde março deste ano.

Na avaliação do presidente do Simpi, Joseph Couri, a pesquisa mostra um ciclo longo de alta nos custos de produção, acompanhado de alta persistente da inflação e quebra da expectativa positiva dos empresários da micro e pequena indústria. “Tem sido um ano marcado por incertezas e uma recuperação econômica inconsistente. No mês de agosto, tivemos uma leve recuperação nos negócios em relação a julho, mas observando a avaliação de curto prazo sobre o fim da crise, houve reversão de expectativas, com alta do pessimismo”, avalia. A coleta de dados para a pesquisa ocorreu de 18 a 26 agosto de 2021.

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