Eletrônica e Informática

Na esteira da Indústria 4.0 vão surgir 30 novas profissões em áreas fabris

Um alento para quem acredita que o avanço da Indústria 4.0 deverá extinguir uma legião de empregos, principalmente dentro da indústria de transformação mais tradicional: de acordo com um estudo recém-concluído do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), nada menos do que 30 novas profissões surgirão em oito áreas nos próximos anos.

Sim, parece poucas áreas, mas elas são as mais abrangentes da indústria, responsáveis pela existência de milhões de empregos no Brasil. São elas o setor automotivo, máquinas e ferramentas, alimentos e bebidas, construção civil, setor têxtil e de vestuário, tecnologia da informação e comunicação, petróleo e gás e química e petroquímica. E as profissões a surgir são ainda bastante diferenciadas entre si. Várias delas derivarão de funções que já existem hoje, bastante reconfiguradas.

Na verdade, essas oito áreas também estão entre as que mais devem ter seus processos transformados e que apostam na dominância das tecnologias digitais para a competitividade dos negócios na próxima década. Por isso, o levantamento aponta as profissões, de nível médio e superior, que devem ganhar relevância e se transformar ou surgirem junto com o próximo “upgrade” da indústria.

O trabalho foi feito a partir do Modelo Senai de Prospecção, metodologia que permite prever quais serão as tecnologias utilizadas no ambiente de trabalho em um horizonte de cinco a dez anos. No caso, a previsão foi feita a partir do debate entre cerca de 20 especialistas – representantes de empresas, de sindicatos de trabalhadores e de universidades – por setor estudado.

Em seguida, as informações do modelo foram enviadas para os Comitês Técnicos Setoriais do Senai, que apontaram quais serão os perfis e as competências exigidas dos profissionais de cada segmento industrial.

O método, que é também utilizado pelo Senai para embasar suas decisões sobre a oferta de cursos e currículos, já foi implementado em instituições de mais de 20 países na América do Sul e no Caribe. A metodologia foi apontada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como exemplo de experiência bem sucedida na identificação da formação profissional alinhada às necessidades futuras das empresas.
De acordo com o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, o material produzido pela instituição é, inclusive, uma boa referência para os jovens que buscam uma profissão e para os profissionais que desejam se atualizar. “As tecnologias digitais vão criar uma miríade de novos negócios e transformar o mercado de trabalho. As pessoas terão um processo contínuo de aprendizado ao longo de vida. Vão precisar se requalificar permanentemente para adquirir novas competências”, afirma Lucchesi.

RADIOGRAFIA – No setor automotivo, o Senai projeta o surgimento das profissões de mecânico de veículos híbridos; mecânico especialista em telemetria; programador de unidades de controles eletrônicos; e técnico em informática veicular. No setor de máquinas e ferramentas, as novas profissões serão a de projetista para tecnologias 3D; operador de High Speed Machines; programador de ferramentas CAD/CAM/CAE/CAI; e técnico de manutenção em automação.

Na área de alimentos e bebidas, elas serão a de técnico em impressão de alimentos; especialista em aplicações de TIC para rastreabilidade de produtos alimentícios; e ainda o especialista em aplicações de embalagens.

Nos segmentos da construção civil, o Senai espera o aparecimento de um novo tipo de integrador de sistemas de automação predial; técnico de construção seca; técnico em automação predial; gestor de logística de canteiro de obras; instalador de sistema de automação predial.

No setor têxtil e vestuário, as profissões previstas são a de técnico de projetos de produtos de moda; engenheiro em fibras têxteis; designer de tecidos avançados. Já na área de tecnologia da informação e comunicação, os novos profissionais serão o analista de IoT (internet das coisas); o engenheiro de cibersegurança; o analista de segurança e defesa digital; o especialista em big data; e o engenheiro de softwares.

No segmento químico e petroquímico, vão ter espaço o técnico em análises químicas com especialização em análises instrumentais automatizadas; o técnico especialista no desenvolvimento de produtos poliméricos; e o técnico especialista em reciclagem de produtos poliméricos; Por fim, na área de petróleo e gás, os destaques serão o especialista em técnicas de perfuração; o especialista em sismologias e geofísica de poços; e o especialista no setor de recuperação avançada de petróleo. (texto: Alberto Mawakdiye)

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