Eletrônica e Informática

Não é só a tecnologia que falhou no combate ao coronavírus

A tecnologia não foi a única que falhou no combate ao novo coronavírus. A afirmação é de André Miceli coordenador do MBA em Marketing, Inteligência de Negócios Digitais da Fundação Getulio Vargas (FGV) e editor-chefe da Technology Review Brasil. De acordo com ele, o alto índice de mortes revela uma falha profunda e fundamental na maneira como que os países pensam em inovação e a única resposta eficaz foi a quarentena em massa, uma técnica de saúde pública emprestada da Idade Média.

 

 

“Não foi só a tecnologia que decepcionou no combate ao coronavírus. Faltou, por exemplo, logística, com a falta de álcool gel e máscaras no início da pandemia. Houve uma carência também de insumos políticos e financeiros para quem estuda tecnologias para salvar vidas em todos os países, incluindo os Estados Unidos, que deixaram a inovação de longo prazo de lado, priorizando soluções mais simples, orientadas pelo mercado”, explica Miceli.

 

 

Miceli frisa que esse é um problema mundial. “Falta na maioria dos países uma intervenção do governo no ecossistema de inovação outrora saudável, capaz de identificar e criar tecnologias essenciais para o bem-estar mundial. Isso vem se deteriorando há décadas”, critica.

 

INVESTIMENTO – André Miceli alerta que a capacidade de qualquer país de inventar e depois implantar as tecnologias precisa ser moldada por financiamento público e políticas governamentais. “Nos EUA, por exemplo, o investimento público em manufatura, novos materiais, vacinas e diagnósticos não tem sido uma prioridade e quase não existe um sistema de direção do governo, apoio financeiro ou suporte técnico para muitas novas tecnologias de importância crítica”, destaca o editor da MIT Technology Review Brasil.

 

SOLUÇÃO – O especialista em inteligência de Negócios Digitais esclarece que a solução não está no investimento privado. Instância que, segundo Miceli, procura se direcionar a mercados mais lucrativos. “Os maiores usos práticos da Inteligência Artificial (IA) foram otimizados para itens como pesquisa na Web, segmentação de anúncios, reconhecimento de fala e rosto e vendas no varejo.”

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