Eletrônica e Informática

Número de startups no Brasil dobra em um ano

Mergulhados em um contexto de recessão que parece não ter fim, nem por isto os brasileiros dão mostras de ter perdido o ânimo de continuar na luta. A Associação Brasileira de Startups (ABStartups) acaba de divulgar um levantamento segundo o qual o ano de 2018 terminou com mais de 10 mil startups cadastradas. Simplesmente é o dobro do número de startups que existiam em 2017. Ou seja, as startups parecem estar se multiplicando no Brasil como cogumelos na chuva.

De acordo com a entidade, grande parte delas está concentrada no estado de São Paulo (3.081), seguido de longe pelo Rio Grande do Sul (895) e Minas Gerais (844). Ainda segundo a ABStartups, 72% das empresas são geridas por jovens de 25 e 40 anos, 87,13% têm homens à frente e 12,3% são comandadas por mulheres.

E essas novas empresas parecem estar cientes de que, sem capital, poucos projetos de pequeno porte conseguem ir para frente, e mesmo muitos empreendimentos altamente inovadores e promissores também acabam morrendo com alguns anos de vida, por falta de suporte financeiro. Por isso, segundo a ABStartups, verifica-se principalmente desde 2017 aportes, às vezes, milionários em startups brasileiras, já que esses jovens empresários estão literalmente correndo atrás dos chamados investidores-anjos. É uma nova mentalidade empresarial, sem dúvida.

Outro diferencial das startups na comparação com as pequenas e microempresas tradicionais é o forte apoio institucional que vêm recebendo, e das mais variadas instituições – algo que jamais ocorreu com o grosso das PMEs.

TESTES DE VIABILIDADE – Um programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), – a Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) – tem o objetivo, por exemplo, de testar a viabilidade de uma proposta inovadora, algo muito importante principalmente para quem está começando do zero. Um dos braços deste programa, o Pipe Empreendedor (Programa de Treinamento em Empreendedorismo de Alta Tecnologia), é dedicado especialmente a ajudar as atartups a testar a consistência dos seus projetos e modelos de negócios, por meio de, pelo menos, 100 entrevistas com potenciais clientes, usuários ou tomadores de opinião.

Neste ano, até 8 de maio, na 10ª. edição da Pipe Empreendedor, um total de 70 startups, que tiveram seus projetos aprovados na fase preliminar e classificatória do Pipe, se candidataram para receber o treinamento, que tem como base o programa I-Corps, desenvolvido pelo acadêmico americano Steve Blank e usado nos Estados Unidos pela National Science Foundation (NSF).

“A metodologia ensina o empreendedor a transferir os resultados das pesquisas para a sua startup. É o que chamamos de empreendedorismo baseado em evidências. E as entrevistas com os prováveis usuários são fundamentais para obter essas evidências”, explica Flávio Grynszpan, membro da Coordenação da Área de Pesquisa para Inovação da Fapesp e um dos coordenadores do programa.

O suporte institucional vem sendo fornecido até para startups que ambicionam participar do mercado externo. Assim, de modo a oferecer gratuitamente um programa completo e robusto que compreenda todas as fases da internacionalização de uma startup, por exemplo, o Ministério da Economia, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o Ministério das Relações Exteriores, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) somaram suas expertises para criar o StartOut Brasil.
As startups que participam do programa atuam, em sua maioria, nos setores de saúde, logística, agronegócio, biotecnologia e energia. No total, 54,17% delas já receberam investimento, ou passaram por algum processo de incubação ou aceleração (68,06%). Elas faturam anualmente entre US$ 200 mil e US$ 500 mil (38,5%), têm aproximadamente 20 funcionários e atuam com o modelo de negócio B2B (68,89%). (Alberto Mawakdiye)

FONTE: IPESI

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