Eletrônica e Informática

Plano Brasileiro de Inteligência Artificial prevê a compra de um dos supercomputadores mais potentes do mundo

Parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), cuja proposta foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 30 de julho, o Observatório Brasileiro de Inteligência Artificial (Obia) funcionará sob responsabilidade do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), com o propósito de se tornar a principal plataforma de monitoramento dos usos da IA no país. O Obia integra o Eixo 5 do PBIA, focado no “apoio ao processo regulatório e de governança da IA”. Entre os objetivos estão: compilar, registrar e prover informações sobre os avanços das tecnologias de IA, possibilitando análises sobre sua adoção e os seus principais impactos sobre a sociedade. O PBIA prevê investimento de até R$ 23 bilhões em quatro anos

 

“Para o NIC.br, que há quase duas décadas têm conduzido ações e projetos em prol da Internet e participado ativamente de debates nacionais associados aos processos de transformação digital no Brasil, é uma relevante e natural extensão de suas atividades de levantamento, troca de dados e estímulo à interconexão. O uso da Inteligência Artificial é uma tendência irrefreável. Precisamos monitorar, para conseguir compreender os impactos dessa tecnologia no país”, afirma o diretor-presidente do NIC.br, Demi Getschko.

 

Além de contar com a participação de profissionais dos diversos departamentos do NIC.br, o Obia terá uma rede de parceiros externos, como o Centro de Gerenciamento e Estudos Estratégicos (CGEE), a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o Centro de Inteligência Artificial da USP (Center for Artificial Intelligence – C4AI) e outros.

 

“Nossa missão é consolidar e disseminar o conhecimento sobre os impactos da IA nos diversos setores da sociedade. Vamos trabalhar para que o observatório se torne referência, fornecendo subsídios para orientar políticas, estratégias e ações na promoção do desenvolvimento e uso responsável de IA”, explica Luiz Alexandre Reali, gerente do Obia.

 

O observatório reunirá dados brasileiros sobre uso e adoção de IA por diferentes setores, como educacional, empresarial, governamental, saúde e outros. Numa segunda linha de ação, funcionará como repositório de documentos orientadores na área, oriundos de todos os locais do mundo e, numa terceira linha, funcionará como “ponto de troca de informações” entre os centros de IA operando no Brasil: o IAX. Todos os dados levantados serão públicos e poderão ser acessados no portal do Obia.

 

PBIA  – Apresentado durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, o PBIA, também chamado de “Plano IA para o Bem de Todos”, tem como objetivo “promover o desenvolvimento, a disponibilização e o uso da inteligência artificial no Brasil, orientada à solução dos grandes desafios nacionais, sociais, econômicos, ambientais e culturais, de forma a garantir a segurança e os direitos individuais e coletivos, a inclusão social, a defesa da democracia, a integridade da informação, a proteção do trabalho e dos trabalhadores, a soberania nacional e o desenvolvimento econômico sustentável da nação.”

 

O plano prevê a compra de um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo e investimento de até R$ 23 bilhões em quatro anos.

 

O investimento de R$ 23 bilhões virá do orçamento, do FNDCT, de contrapartidas do setor privado, entre outras fontes de recursos.

 

A proposta pretende equipar o Brasil com infraestrutura tecnológica avançada com alta capacidade de processamento e alimentada por energias renováveis, incluindo o novo supercomputador. Também prevê desenvolver modelos avançados de linguagem em português, com dados nacionais que abarcam nossas características culturais, sociais e linguísticas.

 

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