Procobre lança guia para o uso correto de cabos elétricos em sistemas de energias renováveis
A nova configuração do setor elétrico no país – motivada por razões econômicas e ambientais – com a geração de energia limpa junto ao consumidor e conectada à rede de distribuição serviu como pano de fundo para o Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre) lançar um guia para o uso correto de cabos elétricos em sistemas de energias renováveis.
O material, apresentado de forma didática, foi elaborado para levar a fabricantes, projetistas e instaladores de torres eólicas e painéis fotovoltaicos mais facilidade na aplicação de cabos elétricos com condutores de cobre. “O guia é uma espécie de manual de boas práticas para orientar profissionais técnicos sobre quais cabos elétricos serão aplicados nos sistemas, prevendo a correta determinação e especificação dos materiais utilizados”, explica o diretor executivo do Procobre, o engenheiro eletricista Glycon Garcia.
Segundo Garcia, o conteúdo do guia também é uma ferramenta importante para esclarecer os consumidores interessados em adotar sistemas de energias renováveis em ambientes residenciais ou comerciais para que tenham suas necessidades atendidas integralmente. “Mesmo sem conhecimento técnico, o consumidor que se interessar em ler o guia terá o entendimento sobre as normas que regem o processo de instalação dos cabos e noções básicas para conversar com o profissional contratado.”
O Guia de Aplicação para Cabos Elétricos com Condutores em Cobre – Energias Renováveis é o quinto volume de uma coleção que, completa, terá oito títulos. “Algumas áreas que utilizam cabos de cobre requerem isolação específica para suportar determinadas condições, como as de temperatura, por exemplo. Daí a necessidade de elaborarmos um material a partir de peculiaridades de aplicação dos cabos em alguns segmentos da indústria, compartilhando esse rico conteúdo e estendendo seu alcance a profissionais de cada um dos setores abordados e ao público em geral.”
A iniciativa, ao facilitar o acesso às normas vigentes, contribui para o entendimento do leitor sobre os cabos elétricos, e a reforça a importância de ter sistemas instalados de acordo com as normas, ampliando a segurança das instalações, a vida útil dos equipamentos e a eficiência energética.
O guia também apresenta a evolução da geração distribuída no Brasil, mercado que vem crescendo exponencialmente. Para se ter uma ideia desse avanço, no mês de março, o país atingiu a marca histórica de 200 megawatts (MW) de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração solar, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Essa capacidade de geração advém de 23.175 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede e investimentos da ordem de R$ 1,6 bilhão em negócios com baixa emissão de carbono. Os consumidores residenciais aparecem no topo da lista em número de sistemas instalados, com 78% do total, seguidos por empresas do comércio e de serviços, com 15,6%.
A explicação para o interesse crescente da população em sistemas de energias renováveis encontra amparo, segundo o executivo do Procobre, na maior consciência ecológica dos consumidores e no aumento da tarifa de energia elétrica nos últimos anos.
Em termos geográficos, Minas gerais, com 50,7 MW de potência instalada, desponta na geração distribuída no país, seguido por Rio Grande do Sul (30.2 MW), São Paulo (26,8 MW), Ceará (12,8 MW) e Santa Catarina (5,8 MW).
Em São Paulo, para ampliar a oferta de energia solar na matriz energética do estado e desonerar a conta de energia, o governo isentou, no final de 2017, o ICMS dos equipamentos e componentes de geração solar fotovoltaica destinados ao atendimento da demanda de prédios próprios públicos e estaduais.
No que toca à geração centralizada, isto é, realizada por grandes usinas solares contratadas pelo governo em leilões de energia, o Brasil, em janeiro deste ano, ao atingir seu primeiro gigawatt, garantiu posição entre os principais mercados do mundo. Essa potência equivaleria abastecer com energia limpa, sustentável, 500 mil residências no país ou 2 milhões de brasileiros.
O mapeamento dos níveis e faixas de irradiação do Brasil confere ao país posição privilegiada, que não se restringe à energia solar. As características naturais do país também favorecem o segmento de geração eólica. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o Brasil já gera 13 gigawatts de potência, o que é comparado à produção da Usina de Itaipu, maior hidrelétrica brasileira. Em capacidade instalada, de acordo com o Conselho Global de Energia Eólica (WGEC, sigla em inglês), o país ocupa a 8ª posição.
O guia, desenvolvido pelo Procobre, dedica capítulo também a aplicação de cabos elétricos em sistemas eólicos. “Ele traz uma visão geral de uma instalação eólica e as famílias de cabos para aplicações internas e externas (entre torres) ao aerogerador”, diz Garcia. A proposta é facilitar a seleção e o dimensionamento dos cabos pelos profissionais eletricistas também nesses sistemas.
Link para download do guia: