Produção brasileira de aço cresce 22% no acumulado até julho
A produção brasileira de aço bruto foi de 21 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a julho de 2021, o que representa um aumento de 22% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 15,6 milhões de toneladas, aumento de 32,6% em relação ao registrado no mesmo acumulado de 2020. A produção de semiacabados para vendas totalizou 4,8 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2021, um acréscimo de 0,2% na mesma base de comparação, de acordo com dados pelo Instituto Aço Brasil no dia 19 de agosto.
As vendas internas foram de 14,1 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2021, o que representa uma alta de 38,4% quando comparada com o apurado em igual período do ano anterior.
O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 16,4 milhões de toneladas no acumulado até julho de 2021. Este resultado representa uma alta de 44,9% frente ao registrado no mesmo período de 2020.
As importações alcançaram 3 milhões toneladas no acumulado até julho de 2021, um aumento de 154% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 2,8 bilhões e avançaram 115,8% no mesmo período de comparação.
As exportações atingiram 6,2 milhões de toneladas, ou US$ 4,7 bilhões, de janeiro a julho de 2021. Esses valores representam, respectivamente, retração de 10,5% e aumento de 39,2% na comparação com o mesmo período de 2020.
JULHO DE 2021 – Em julho de 2021 a produção brasileira de aço bruto foi de 3 milhões de toneladas, um aumento de 14,5% frente ao apurado no mesmo mês de 2020. Já a produção de laminados foi de 2,2 milhões de toneladas, 35,4% superior à registrada em julho de 2020. A produção de semiacabados para vendas foi de 681 mil toneladas, uma queda de 12,1% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2020.
As vendas internas avançaram 11,2% frente ao apurado em julho de 2020 e atingiram 2,0 milhões de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2,4 milhões de toneladas, 23,9% superior ao apurado no mesmo período de 2020.
As exportações de julho foram de 978 mil toneladas, ou US$ 872 milhões, o que resultou em aumento de 11,8% e 122,6%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2020.
O Instituto Aço Brasil, com base nos dados divulgados, decidiu rever as previsões de crescimento do consumo aparente em 2021 de 15% para 24%, devendo atingir 26,6 milhões de toneladas.
“Os números mostram que a indústria brasileira do aço está produzindo e atendendo seus clientes em volumes superiores àqueles verificados antes do início da pandemia do Covid-19, não se justificando, portanto, pedidos de redução do imposto de importação de produtos siderúrgicos apresentados ao governo”, afirma Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil. “O mercado encontra-se plenamente abastecido e sem qualquer excepcionalidade que justifique tal iniciativa”, complementa.
De açordo com Mello Lopes, o excesso de capacidade produtiva de aço no mundo, da ordem de 560 milhões de toneladas, tem provocado práticas predatórias de comércio fazendo com que vários países adotem medidas de defesa comercial mais restritivas como, por exemplo, a taxação das importações de aço em 25% nos EUA e salvaguardas para importação de produtos siderúrgicos na Europa.
“Como consequência, países com excedente de produção estão desviando suas exportações de aço para mercados sem proteção, como é o caso do Brasil e demais países da América do Sul, o que requer cuidado e responsabilidade na avaliação de pleitos dessa natureza”, observa o executivo.
CONFIANÇA – O Indicador de Confiança da Indústria do Aço (Icia), referente ao mês de agosto, cresceu 9,6 pontos frente ao mês anterior, para 68,9 pontos. A alta, após dois meses de queda, fez o indicador ficar 7,7 pontos acima da média histórica, de 61,2 pontos. O aumento da confiança dos CEOs da indústria do aço se deveu, principalmente, à melhora das expectativas em relação aos próximos seis meses.