Produção de aço bruto recua 8,5% em maio por conta da greve dos caminhoneiros
A atividade da indústria do aço recuou de forma sensível em maio devido à greve dos caminhoneiros. A impossibilidade de escoamento da produção e a falta de matéria-prima para a produção resultaram no abafamento de 16 altos-fornos, paralisação de 10 aciarias e de 15 laminações.
A produção brasileira de aço bruto recuou 8,5% em maio frente ao mesmo mês de 2017, para 2,7 milhões de toneladas. A queda da produção de aço bruto fez o setor utilizar seus estoques para não afetar em igual escala a produção de laminados, que foi de 2 milhões de toneladas. Por ter uma base de comparação baixa em maio de 2017, a produção de laminados também foi impactada positivamente e cresceu 7,6% frente ao mesmo mês do ano anterior. A produção de semiacabados para vendas foi de 794 mil toneladas, um aumento de 7,3% em relação ao mesmo mês de 2017. Pelo mesmo motivo apurado na produção de laminados, a menor base de comparação de maio de 2017 também impactou positivamente a variação da produção de semiacabados de maio de 2018 – devido a uma perda que ocorre durante o processo produtivo do aço, a soma da produção de laminados e semiacabados para vendas não equivale ao total da produção de aço bruto.
As vendas internas de maio de 2018 também foram muito afetadas pela greve e recuaram 17,8% frente a maio de 2017, para 1,2 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 1,4 milhão de toneladas em maio, 15,5% inferior ao apurado no mesmo mês de 2017.
As estatísticas de importações foram menos afetadas pela greve pelo fato do desembaraço aduaneiro ocorrer no próprio porto. Assim, mesmo se as mercadorias não chegarem ao destino serão computadas nas estatísticas de importações, caso tenham sido desembaraçadas. Em maio de 2018 foram importados 242 mil toneladas e US$ 233 milhões, o que representa um crescimento de 3,9% em quantum e uma alta de 6,4% em valor na comparação com maio de 2017.
Já as exportações foram muito afetadas pela greve devido à dificuldade dos produtos chegarem aos portos. Em maio, a quantidade exportada recuou 48,1% (para 753 mil toneladas) e caiu 35,6% em valores (para US$ 484 milhões) na comparação com o mesmo mês de 2017.
As variações dos indicadores da indústria do aço no acumulado de janeiro a maio também foram afetadas pela greve dos caminhoneiros. A produção brasileira de aço bruto cresceu apenas 1,5%, para 14,3 milhões de toneladas, uma desaceleração dos 4,1% registrados no acumulado até abril.
A produção de laminados foi menos afetada dada a utilização de estoques das empresas e cresceram 7,2% no acumulado até maio, para 9,8 milhões de toneladas. A produção de semiacabados para vendas totalizou 3,9 milhões de toneladas no acumulado até maio de 2018, um aumento de 1,3% frente ao mesmo período de 2017¹.
A expansão das vendas internas arrefeceu de 14,7% no acumulado até abril para 7,7% no acumulado até maio, para 7,1 milhões de toneladas.
O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 8,1 milhões de toneladas de janeiro a maio de 2018, o que representa uma alta de 7,2% frente ao mesmo período do ano anterior. No acumulado até abril, a taxa de crescimento do consumo aparente foi quase o dobro: 13,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
As importações alcançaram 1 milhão de toneladas no acumulado de janeiro a maio de 2018, aumentando 1% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 1,1 bilhão, uma alta de 23,6% no mesmo período de comparação.
As exportações atingiram 5,4 milhões de toneladas e US$ 3,3 bilhões nos cinco primeiros meses de 2018. Esses valores representam, respectivamente, queda de 11,0% e aumento de 9,3% na comparação com o mesmo período de 2017. Em termos de comparação, no acumulado de janeiro a abril de 2018, as exportações cresceram à taxa de 0,6% em quantum e 23,9% em valor.