Quase 60% das micro e pequenas indústrias seriam obrigadas a parar totalmente se houver falta de energia
As micro e pequenas indústrias enfrentam dificuldades com os sucessivos aumentos na conta de energia elétrica. Agora elas têm mais uma preocupação: a possibilidade de enfrentar um apagão.
De acordo com a pesquisa Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi), 59% delas seriam obrigadas a parar totalmente a produção em caso de falta de energia. Para 23% seria preciso parar parte da produção. Apenas 17% não dependem de energia elétrica para produzir e continuaria funcionando normalmente.
Quando perguntadas em relação aos aumentos sucessivos na conta de energia elétrica, o percentual de micro e pequenas indústrias que relata alta significativa ao longo deste ano passou de 51% em maio para 62% em junho. Outros 36% não reportaram aumento significativo na conta.
Num cenário, em que houvesse racionamento de energia, 48% das micro e pequenas indústrias consideram que haveria muito prejuízo. Para 31% haveria pouco prejuízo e 20% afirmam que não seriam prejudicadas.
Desde março, o índice que mede o peso dos custos de produção para as micro e pequenas indústrias vinha melhorando gradativamente, mas voltou a apresentar piora em junho, sobretudo, considerando as despesas com energia elétrica, cada vez mais representativa nessa soma. Segundo a pesquisa, 69% das empresas consultadas tiveram alta significativa de custos entre maio e junho. O índice chega a 81% considerando somente o universo das pequenas indústrias.
Os maiores vilões na soma dos custos de produção são matéria-prima e insumos (62%), aqui já inclusas as despesas com água e energia elétrica. Em seguida, os itens mais citados são transporte e logística (4%) e mão de obra (3%).
Na avaliação do presidente do Simpi, Joseph Couri, a pesquisa enfatiza o prejuízo da crise hídrica para o setor e a economia, neste momento tão importante para a retomada dos negócios e normalização das atividades devido ao avanço da imunização no país. “O cenário é ruim e tende a piorar, visto que a previsão é de elevação ainda maior na conta de energia elétrica. As empresas que não conseguirem repassar no preço dos produtos esses sucessivos aumentos estarão aprofundando seus prejuízos e correndo risco de insolvência.”, afirma.
A coleta de dados ocorreu de 21 a 30 junho de 2021.