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Quase 70% das empresas automotivas estão longe da Transformação Digital

Cerca de dois terços das empresas do setor automotivo (65,70%) acreditam que estão longe ou, pior, muito longe da Transformação Digital segundo dados do Índice Cesar de Transformação Digital (ICT-d). No entanto, apenas 37,36% das empresas estão fazendo alguma coisa para lidar com essa situação.

A maioria não iniciou ações ou ainda está se preparando; e uma parte das empresas inclusive acredita ou que Transformação Digital não seja uma prioridade ou que ela não impactará o seu negócio.

A pesquisa do Cesar, centro de inovação, educação e empreendedorismo com sede em Recife (PE) e regionais em Manaus (AM), Curitiba (PR) e Sorocaba (SP), foi realizada entre os últimos meses de abril e junho e abrangeu 138 empresas do setor automotivo de todo o país.

Ao se analisar as empresas que de fato já têm alguma estratégia de Transformação Digital em curso ou planejada, o que a pesquisa apresenta é que ainda existe uma grande expectativa de que o digital traga melhorias mais operacionais e pouco transformacionais.

“Há incorporações tecnológicas importantes no produto, no entanto estas empresas não mudaram a forma como elas inovam, ou como trabalham com seus consumidores, e como competem entre si e com outros setores. Tanto é que estão sendo atacadas pelo setor de transporte via apps, como Uber e 99”, diz o chief design officer do Cesar, Eduardo Peixoto.

Tal comportamento é reflexo da percepção que já vem há anos atrelando o tema de Transformação Digital exclusivamente à tecnologia e à aquisição de novas ferramentas digitais. No entanto, há um grande potencial transformador para empresas que usam o digital como ferramenta para inovar em novos modelos de negócios, no atendimento e comunicação com o cliente, na oferta de novos produtos e serviços e na relação com a competição e com o ecossistema, por exemplo.

“A empresa pode ter a melhor tecnologia, mas isso só irá gerar otimização. Para fazer a Transformação Digital é preciso pensar e agir de forma diferente. Hoje o mercado exige a entrega de uma experiência para o consumidor muito mais engajadora, com modelos de negócios que anteriormente não eram possíveis”, explica.

O ICT-d avaliou o nível de maturidade dos respondentes a partir de oito eixos: Cultura & Pessoas, Consumidores, Concorrentes, Inovação, Processos, Modelo de Negócios, Dados & Ambiente Regulatório e Tecnologias Habilitadoras. Destes, o mais maduro no setor automotivo é o eixo de Modelo de Negócios (61,58%), seguido por Consumidores (61,05%). Do lado oposto, estão mais longe da maturidade os eixos de Tecnologia (52,96%) e Inovação (54,37%).

“De uma forma geral, quando a gente fala de Transformação Digital, não se pode olhar apenas para um aspecto.”, destaca o diretor do Cesar.

Outro ponto que chama a atenção na pesquisa é o fato de 37,8% das empresas admitirem não possuírem uma estratégia definida para a Transformação Digital. “A grande maioria das empresas demonstra ter ciência da importância e urgência do tema, mas, quando se avalia a prática, e as ações que já estão sendo feitas, ou elas estão ainda pouco articuladas com um plano estratégico maior ou são inexistentes”, afirma Peixoto.

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