Eletrônica e Informática

RS já é o quarto estado brasileiro em capacidade de geração eólica

Embora a Região Nordeste concentre 86% da produção de energia eólica no Brasil – com destaque para a Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão -, o Rio Grande do Sul, no outro extremo do país, começa a se tornar igualmente um grande produtor desta modalidade limpa de energia.

Primeiro estado a implantar um parque eólico no Brasil, na cidade de Xandri-Là, em 2014, o Rio Grande do Sul hoje já é o quarto estado no ranking nacional de capacidade de geração de energia elétrica a partir de ventos. Conta atualmente com 1,82 GW instalados, em 80 parques eólicos, e possui mais três parques em construção. Não por acaso, o Rio Grande do Sul é considerado um dos estados com maior potencial de geração deste tipo de energia.

Vento lá é o que não falta. De acordo com o Atlas de Energia Eólica do Rio Grande do Sul, lançado em 2014 com estudos sobre o regime dos ventos e medições do potencial eólico dentro do estado, o território gaúcho tem um potencial eólico onshore de 103 GW e offshore de 34 GW em lagoas e 80 GW no oceano. Ou seja, no total, são 217 GW que ainda podem ser explorados.

Para ter uma ideia do significado deste número, a energia produzida a partir dos ventos, hoje a segunda fonte da matriz energética brasileira, respondendo por 9,2% do total, detém uma capacidade instalada de 15 mil GW, em 7 mil aerogeradores instalados em parques eólicos distribuídos por 12 estados do país. Para 2020, projeta-se que chegue a 17,9 GW, e um acréscimo de 18,4 GW até 2026. Mas mesmo neste ano, a energia instalada será uma fração do potencial eólico gaúcho.

Dentre os principais projetos desenvolvidos no Rio Grande do Sul, destaca-se o do Complexo Eólico Campos Neutrais, o maior da América Latina, com 302 aerogeradores distribuídos por 3 parques eólicos, localizados nos municípios de Chuí e Santa Vitória do Palmares, no extremo sul, podendo gerar 0,6 GW.

Outro importante projeto, que é ainda inovador em seu modelo, é o Parque Eólico da Honda Energy, no município de Xangri-lá, no litoral norte, que se destina à geração de energia para abastecimento da fábrica de automóveis, centro de pesquisa e sede da japonesa Honda, localizados em Sumaré, no estado de São Paulo. Já em 2016 esse modelo de negócio garantiu a produção de automóveis utilizando apenas energia renovável, representando uma redução de 12,8 mil t de gases na atmosfera.

Expansão – E há nada menos do que 118 projetos de parques eólicos no papel, com potencial para geração de 2,6 GW. Ao mesmo tempo, existem ainda projetos paralelos para ampliação das linhas de transmissão em 1,9 mil km, envolvendo 7 novas estações e 16 subestações, com projeção de investimentos na ordem de R$ 3,2 bilhões. A execução desses projetos, nos próximos anos, permitirá a instalação de novos parques eólicos nas regiões com maior potencial de geração, embora, de acordo com o governo gaúcho, todos os 118 projetos possuam viabilidade econômica e ambiental.

O potencial da modalidade no Rio Grande do Sul também é expresso pela localização próxima aos mercados argentino e uruguaio, com suas matrizes energéticas renováveis também em expansão, a existência de redes de pesquisa e desenvolvimento nas boas universidades gaúchas, recursos humanos qualificados e uma cadeia produtiva bem organizada e desenvolvida, com representações do setor público, universidades, empresas de desenvolvimento de projetos, de geração e distribuição e de fabricação de componentes.

O Rio Grande do Sul possui, inclusive, empresas produtoras de torres e vem buscando a instalação de fábricas de pás e geradores, de modo a atender a futura demanda. A instalação de uma fábrica de pás atenderia, por exemplo, não só os parques localizados no estado, como mercados vizinhos em crescimento, como o Uruguai e Argentina. Já a fabricação dos componentes eletrônicos que constituem as nacelles pode se substanciar não só através da instalação de novas plantas, como também da conversão de plantas já existentes na área de eletroeletrônicos. (Alberto Mawakdiye)

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