Metal Mecânica

Setor de máquinas e equipamentos cresce 18,2% de julho para agosto

O setor de máquinas e equipamentos apresentou forte crescimento na passagem de julho para agosto. A receita líquida total somou R$ 28.020,65 milhões, 18,2% a mais que no mês de julho. Comparado ao mesmo mês do ano anterior, porém, o desempenho foi 4,4% menor. No acumulado do ano até agosto, a receita totalizou R$ 194.095,83 milhões, 8,5% menor que no mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados pela Abimaq no dia 27 de setembro.

 

“Em agosto, o crescimento veio acima do esperado”, afirma diretora-executiva de Economia Estatística e Competitividade da Abimaq, Cristina Zanella. O crescimento do mês de agosto ajudou a reduzir a queda no faturamento. Até julho o setor acumulava queda de 13,8%. Porém, o bom desempenho de agosto não será suficiente para evitar que o setor de máquinas e equipamentos feche o ano com desempenho negativo. Há alguns meses, a Abimaq projetava redução de 3,4% no faturamento de 2023 em comparação ao ano passado e, agora, prevê redução entre 5% e 6%, de acordo com Cristina Zanella.

 

Os investimentos em bens de capital no Brasil costumam ter dois picos: um por volta do mês de março e outro por volta do mês de agosto. Assim, mantida a tendência, as compras de máquinas e equipamentos deverão apresentar gradual redução até o final do ano.

 

A queda no faturamento do setor de bens de capital deve-se ao mau desempenho do mercado do doméstico, embora no mês agosto tenha apresentado crescimento de 15,2% em relação ao mês anterior, somando receita de R$ 20.840,71 milhões no mercado interno. Na comparação com o mesmo mês de 2022, a queda foi de 8%. O faturamento no mercado interno no acumulado de janeiro a agosto foi de R$ 147.175,62 milhões, 13% menos que no mesmo período de 2022.

 

MERCADO EXTERNO – As exportações apresentam desempenho altamente positivo. Em agosto somaram US$ 1.464,24 milhões, refletindo crescimento de 25,2% na comparação com julho e expansão de 16,3% em relação a agosto de 2022. No acumulado até agosto, as exportações totalizaram US$ 9.304,08 milhões, 18,1% a mais que no mesmo período do ano passado. No ano, as exportações em unidades físicas aumentaram 6,6%.

 

No período de janeiro a agosto de 2023, houve aumento das exportações de máquinas e equipamentos para praticamente todas as regiões do globo. Dentre os mercados com maior relevância, se observou queda apenas nas vendas para o Chile, Colômbia, China e Reino Unido.

 

A maior parte das exportações foi direcionada para a América do Norte que consumiu no período 35,3% das exportações totais.

A América do Sul absorveu 33,5% do total de máquinas e equipamentos exportados. Desta região, a Argentina foi responsável por cerca de um terço dos 34,4%, ou 11,5% do total das exportações. O mercado europeu adquire pouco menos de 20% das máquinas e equipamentos exportados.

 

IMPORTAÇÕES – No mês de agosto, o Brasil adquiriu máquinas e equipamentos de outros países equivalentes a US$ 2.577,10 milhões, 12,4% a mais que no mês anterior e 10,9% acima do observado no mesmo mês de 2022. No período de janeiro a agosto, as importações totalizaram US$18.176,42 milhões, 13,8% acima do mesmo período de 2022.

 

As importações representam 39,5% do total de máquinas consumidas no país no período de janeiro a agosto. “Os dados recentes indicam relativa perda de competitividade da indústria local ante o bem

importado. Até o mês de agosto de 2023 os equipamentos importados ganharam 4 p.p. do consumo aparente de máquinas e equipamentos no Brasil”, diz o relatório divulgado pela Abimaq.

 

No ano, houve aumento das importações em dólares de máquinas e

equipamentos por todos os segmentos. Em reais, que é considerado no cálculo do consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos, o aumento se deu no setor agrícola, bens de consumo e extrativo. Na atividade de extração do petróleo e gás, houve forte crescimento nas importações de equipamentos. Este segmento, que em 2021 representava 1% das importações equipamentos do país, este ano saltou para 3% em razão das retomadas de investimento no setor.

 

Entre as principais origens das importações, China, EUA, Alemanha e Itália lideram o ranking. A China, mesmo tendo registrado queda na participação nas importações nacionais de máquinas e equipamentos, de 27% em 2022 para 25% em 2023, se manteve como a principal

origem das importações. Dos US$ 4,5 bilhões de máquinas importadas da China predomina a aquisição de componentes

(30%) e máquinas para logística e construção civil (25%).

 

Nesse começo de ano, houve ganhos de participação dos bens com origens nos EUA e Alemanha, que cresceram para 19,5% e 13,4%,

respectivamente. Dos Estados Unidos e da Alemanha, além dos

componentes, são adquiridos em maior proporção as máquinas utilizadas na indústria de transformação de metais.

 

CONSUMO APARENTE – O consumo aparente também melhorou em agosto, ao somar R$ 33.990,77 milhões, 15,1% acima do verificado em julho, mas 5,7% menor que no mesmo mês de 2022. No ano, o consumo aparente de R$ 243.285,24 milhões é 7,9% menor que no período de janeiro a agosto de 2022.

 

No ano houve queda apenas na aquisição de máquinas e equipamentos produzidos localmente (-13%). Nas importações em reais houve aumento de 1,3% elevando a participação dos bens importados no consumo nacional em 54 p.p., de 36% para 40%.

 

CAPACIDADE INSTALADA – O nível de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou crescimento de 0,5% no mês de agosto, anulando parte da queda do mês de julho de 2023. Com isso retornou para 75,4% em 2023.

 

Em agosto o setor operou, em média, em dois turnos. Em relação ao agosto de 2022 o nível de utilização da capacidade instalada ficou 5,6% abaixo. Naquele período o setor atuava com 79,9% da sua capacidade instalada.

 

PEDIDOS – A carteira média de pedidos do mês agosto de 2023 caiu para 10,2 semanas de atividade (-4,7%). Houve melhora apenas no setor fabricantes de máquinas para transformação de metais (+0,6%). No setor fabricante de máquinas para bens de consumo a carteira de pedidos estabilizou depois de ter crescido quase 3% em julho de 2023.

 

No mês de agosto, havia 392.826 pessoas ocupadas na indústria brasileira de máquinas e equipamentos, mantendo o nível de ocupação estável. (Franco Tanio)

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