Só 7% das indústrias do setor eletroeletrônico brasileiro adotam home office integral
A esmagadora maioria das indústrias do setor eletroeletrônico brasileiro (91%) adotaram o trabalho remoto, por algum período nos últimos quatro anos. Dessas, 75% o fizeram em função da pandemia de Covid-19 e 16% já utilizavam o regime de trabalho remoto antes da pandemia. Esse foi o sétimo levantamento realizado pela Abinee sobre esse tema desde novembro de 2020 e contou com 97 participantes. A pesquisa foi realizada entre os dias 9 e 16 de agosto, para atualizar as informações sobre a adoção do trabalho remoto (home office) nas indústrias eletroeletrônicas para colaboradores que não estão ligados diretamente ao processo produtivo.
Com o avanço da vacinação, a redução de casos e de mortes decorrentes do coronavírus e a reabertura das atividades no Brasil, muitas empresas retomaram o trabalho presencial. Assim, houve a redução de 55% para apenas 7% no percentual de empresas que adotam o home office integral.
A maior parte das entrevistadas (55%) trabalha de forma híbrida ou flexível. Para a pesquisa da Abinee, é considerado regime de trabalho híbrido, o modelo que alterna trabalho remoto com trabalho presencial no escritório em diferentes dias da semana. Já no regime flexível não existe uma definição específica.
Das 55% de entrevistadas que indicaram regime híbrido ou flexível, 42% das empresas estão utilizando o modelo híbrido, sendo que:
– 4% estão trabalham 4 dias da semana em home office e 1 dia no escritório;
– 15% estão trabalham 3 dias da semana em home office e 2 dias no escritório;
– 22% estão trabalham 2 dias da semana em home office e 3 dias no escritório; e
– 1% estão trabalham 1 dia da semana em home office e 4 dias no escritório.
As demais (13%) das entrevistadas estão utilizando o regime flexível. Nestes casos, o modelo de trabalho pode variar de acordo com as necessidades da empresa e do colaborador em dado momento, por exemplo: o funcionário pode escolher trabalhar em home office a maior parte do tempo e se deslocar para a empresa apenas quando tiver necessidade; ou também quando uma mesma empresa utiliza regimes diferentes para cada setor; ou para cada cargo; ou até mesmo negociando caso a caso.
O levantamento também mostrou que 91% das empresas que estão utilizando o regime de trabalho híbrido ou flexível neste momento pretendem permanecer com esse regime nos próximos anos. Já 9% têm a intenção de retornar, em breve, ao trabalho presencial integral.
Entre os principais motivos que levaram as empresas a optar pelo trabalho remoto (home office), destacaram-se: a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores, indicada por 74% das empresas que optaram por esse modelo e a atração e retenção de talentos, com 63% das indicações.
As empresas também relataram que escolheram o trabalho remoto visando a adequação ao modelo praticado no mercado, com 46% de respostas.
Em seguida, foram citados: redução de custos básicos,como energia, limpeza, manutenção do escritório etc. (37%); redução de custos com vale transporte, estacionamento etc. (20%) e redução de custos de aluguel do escritório, condomínio etc. (20%) e aumento da produtividade (14%).
Além disso, 6% das entrevistadas relataram outros motivos, tais como: redução do absenteísmo e a possibilidade de realização de funções em qualquer lugar.
TRABALHO PRESENCIAL – O levantamento mostrou que 74% das empresas que escolheram o trabalho presencial acreditam que a proximidade proporcionada no trabalho presencial possibilita o maior alinhamento com a equipe.
Segundo as empresas participantes da pesquisa, o trabalho presencial facilita a solução de problemas, citado por 62% das entrevistadas e permite uma maior interação social, com 57% de indicações.
Conforme 47% das pesquisadas, o trabalho presencial aumenta a produtividade da empresa.
As empresas também relataram que esse regime permite mais conexões de ideias diferentes e possibilita uma melhor definição nos horários de trabalho, ambos com 42% das indicações.
Conforme as empresas, o trabalho presencial facilita a realização de atividades de inovação (34%) e reduz o risco de vazamento de informações sigilosas (19%). Ainda neste levantamento, 6% das entrevistadas citaram outros motivos tais como: cultura da empresa e determinação da matriz.
TRABALHO HÍBRIDO OU FLEXÍVEL – As empresas que estão trabalhando em regime de trabalho híbrido ou flexível tentam conciliar as vantagens verificadas nos dois outros regimes de trabalho.
Entre elas, destacaram-se: a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores, citada por 83% das empresas que escolheram o regime híbrido de trabalho e a atração e retenção de talentos, com 70% das indicações. Nota-se que 65% das empresas visam a adequação ao modelo praticado no mercado.
Também foram citados: aumento da produtividade (43%), maior interação social (30%), maior alinhamento com a equipe (30%), mais conexões de ideias diferentes (19%), mais facilidade para solução de problemas (9%) e facilidade para a realização de atividades de inovação (9%). Ainda nessa pesquisa, 2% das entrevistadas citaram outros motivos, tais como redução dos custos administrativos.
Esse levantamento também mostrou que algumas empresas que optaram pelo regime híbrido de trabalho acreditam que este modelo seja um equilíbrio entre produtividade e qualidade de vida, permitindo com que as pessoas fiquem mais satisfeitas.