UFSC fará testes de durabilidade em telha fotovoltaica da Eternit
A Eternit prepara a expansão prevista para esse ano da produção industrial da primeira geração de telhas fotovoltaicas do Brasil aprovada pelo Inmetro e anuncia parceria com um importante centro de referência no país no setor de energia solar. A empresa assinou acordo de cooperação técnica com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para o início dos testes avançados de durabilidade e exposição ao ar livre das telhas fotovoltaicas no laboratório solar da instituição.
Outra novidade é a divisão das marcas da linha fotovoltaica da Eternit com o aprimoramento dos modelos de telha em concreto (já aprovada pelo Inmetro) – que passa a se chamar Tégula Solar – e em fibrocimento (em fase final de desenvolvimento para futura homologação) – Eternit Solar. Os produtos capazes de transformar a luz em energia elétrica foram apresentados pela primeira vez ao público em agosto passado, durante a feira Intersolar South America em São Paulo. Atualmente, há uma produção em pequena escala para testes laboratoriais e parcerias em andamento. A expectativa é que o produto seja instalado em projetos-piloto ainda no segundo trimestre desse ano.
“Tivemos uma repercussão muito positiva de potenciais parceiros e consumidores e as perspectivas são muito boas para a futura comercialização das telhas solares, prevista para o segundo semestre deste ano”, conta o presidente do Grupo Eternit, Luís Augusto Barbosa. “A nossa fábrica em Atibaia (SP) terá capacidade para produzir cerca de 90.000 telhas solares de concreto por mês e estará capacitada a produzir também o modelo em fibrocimento”, adianta o executivo. Sobre a nova parceria, Barbosa explica que a Eternit tem todo o interesse em firmar acordos de cooperação com instituições do setor fotovoltaico a fim de levar a melhor solução para o mercado com produtos inovadores, de qualidade e credibilidade.
A Tégula Solar, em concreto, foi aprovada em todos os testes do Inmetro e agora passará pela última fase de avaliação da durabilidade antes de chegar ao mercado para o consumidor final.
“Teremos o resultado dos testes daqui a dois ou três meses. O objetivo é comprovar o desempenho e a durabilidade dos produtos quando submetidos à exposição ao ar livre em ambiente litorâneo, garantindo uma longa vida útil, acima de 20 anos”, explica o gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios da Eternit, Luiz Antonio Lopes. Segundo ele, o laboratório solar da UFSC fará a avaliação das telhas fotovoltaicas em diversos aspectos como produção de energia, rendimento, sujidade, perdas e segurança.
“É uma parceria técnica muito promissora. A Universidade Federal de Santa Catarina tem um laboratório de sistemas fotovoltaicos que é referência no Brasil e que nos permitirá estudar o funcionamento do produto em condições reais de utilização”, diz Lopes.
“Um produto novo como a telha solar necessita passar por uma série de testes de desempenho, durabilidade e conformidade antes de ir para o mercado, e nosso laboratório está empenhado em dar o suporte científico e tecnológico do qual a Eternit necessita para desenvolver esta linha de produtos”, comenta o coordenador do laboratório solar da UFSC, professor Ricardo Rüther.
Atualmente, a Eternit conta ainda com o Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP) como aliada na evolução do projeto e com uma parceria privada para o fornecimento dos inversores, que são a interface entre as telhas e a instalação elétrica da edificação. Em paralelo, a empresa pretende buscar certificações em laboratórios internacionais para facilitar a participação em mercados externos.
Cada telha fotovoltaica em concreto da Eternit tem potência de 9,16 Wp e mede 365 x 475 mm. A capacidade de produção média mensal de uma única telha é de 1,15 quilowatts hora por mês (kWh/mês).
A estimativa é que essa tecnologia seja vantajosa para o consumidor ao permitir entre 10% e 20% de economia no valor total da compra e da instalação das telhas fotovoltaicas, em relação aos módulos solares e às estruturas convencionais montadas em cima de telhados comuns. Aspectos como a estética do telhado, a simplicidade de instalação e a adequação ao modelo construtivo brasileiro são diferenciais do produto.
O número de telhas fotovoltaicas necessário para uma residência depende da quantidade de energia que se deseja produzir, da localização do imóvel, inclinação e orientação com relação ao sol, entre outros fatores. Uma residência pequena pode ter em torno de 100 a 150 telhas fotovoltaicas de concreto. Casas de médio e alto padrão, de 300 a 600 unidades ou mais. O restante do telhado é feito com telhas comuns, complementadas com acabamentos como cumeeiras, laterais, espigão do mesmo modelo, com mesmo material e encaixes perfeitos, garantindo a melhor estética do telhado.