Um terço dos brasileiros acredita que é rastreado de forma online o tempo todo
Uma nova pesquisa da empresa de segurança cibernética NordVPN revelou que 33% dos brasileiros acham que são rastreados quase o tempo todo. No mesmo sentido, 88% dos entrevistados apontaram estar preocupados em serem rastreados online. Especialistas afirmam que as pessoas estão se tornando rastreáveis aceitando cookies, usando Wi-Fi público e até mesmo tendo um relógio inteligente. E essas são apenas algumas das maneiras entre muitas.
Outra parte da pesquisa mostrou que os brasileiros têm principalmente medo de que suas senhas (60%) e informações bancárias ou financeiras (58%) sejam hackeadas. Eles também têm medo de e-mails hackeados (23%), contas de mídia social (21%) e fotos e vídeos pessoais ou íntimos (21%).
A mesma pesquisa mostra que a maioria dos brasileiros acredita que são rastreados principalmente por criminosos (68%) e gigantes de mídia social, como o Facebook (33%). Mais da metade dos brasileiros (59%) sente ainda que os aplicativos estão pedindo mais informações do que o necessário. Eles também sentem que Facebook (67%), WhatsApp (52%) e Instagram (50%) coletam a maior quantidade de dados. Ironicamente, todos os três aplicativos pertencem à mesma empresa.
Embora os brasileiros tenham medo de que suas informações financeiras sejam hackeadas, quase metade (47%) salva seus dados de login bancário em vários dispositivos, o que é altamente arriscado. “Inserir os dados do seu cartão de crédito toda vez que você compra algo online pode não parecer conveniente, mas é a coisa certa a fazer. A internet não é um lugar seguro e você não deve confiar seus detalhes a terceiros”, diz Daniel Markuson, especialista em privacidade digital da NordVPN.
Boa parte dos brasileiros se preocupa ainda com as gigantes da mídia social (33%), seguidas de governo (32%), agregadores de informação e publicidade como o Google (28%) e marcas ou agências de publicidade (16%) acompanhando suas atividades online.
“Não são apenas os cibercriminosos que estão interessados em seus dados. Redes de mídia social, ISPs, organizações terceirizadas, sites e instituições governamentais coletam regularmente dados pessoais e hábitos de navegação dos usuários para marketing ou outros fins. Eles frequentemente usam cookies para rastrear suas pegadas digitais”, explica Daniel Markuson.
RASTREAMENTO – As pessoas usam smartphones o dia todo, todos os dias – para trabalhar, se divertir, entrar em contato com amigos ou fazer compras. Talvez seja por isso que 84% dos brasileiros acreditam que seus celulares são a melhor maneira de rastreá-los online, seguidos por laptops ou desktops (66% e 56%, respectivamente) e tablets (49%). Ao mesmo tempo, eletrodomésticos inteligentes não são considerados altamente capazes de espionagem – eles foram nomeados os culpados menos prováveis. Quase metade dos brasileiros (40%) sente-se ouvida por seus aparelhos e reafirma a preocupação com o fato de gadgets poderem espionar as pessoas.
Quando se trata de utilização de dados online, a maioria dos brasileiros acredita que eles são usados pelas plataformas de mídia social para encontrar as informações mais relevantes sobre elas (50%) e que são usados por anúncios direcionados (44%). Além disso, os brasileiros acham que seus dados são analisados por sites para uso interno (44%) e que estão sendo vendidos para outras empresas (38%).
O estudo também descobriu que quase um quarto (22%) dos brasileiros “sempre” aceita cookies e 26% o fazem “a menos que pareça suspeito” – apenas 5% “nunca” aceitam.
“Outra área em que as pessoas costumam ser pegas é aceitar cookies -eles podem rastrear e coletar dados do seu navegador e enviar esses dados de volta ao proprietário do site – e, se você não ‘recusar’ cookies de terceiros, o site pode vender sua navegação a terceiros”, comenta Markuson.
O Wi-Fi é outro sistema que coloca as pessoas online em troca de valiosos dados pessoais de inscrição. “Quando você usa o Wi-Fi ‘gratuito’, há uma boa chance de que ele seja gerenciado por um provedor terceirizado que o coloca online em troca de seus valiosos dados de login, como endereços de e-mail, perfis de mídia social e números de telefone. O que pode surpreendê-lo é que alguns provedores de hotspot estão levando a coleta de dados um passo adiante e rastreando silenciosamente o paradeiro de milhões de usuários, mesmo depois que eles deixaram o estabelecimento”, acrescenta.
“Embora sempre sejamos rastreados de uma forma ou de outra quando estamos online, para minimizar os riscos, você pode usar uma VPN, que ocultará seu IP e sua localização, e em geral, tenha cuidado online. Mantenha seus bons hábitos de higiene cibernética para ficar seguro no universo digital”, acrescenta Markuson.