Eletrônica e Informática

Usina de Itaipu completa 35 anos de atividades

A entrada em operação da primeira unidade geradora da usina de Itaipu (conhecida como giro comercial, no jargão técnico) colocava em prática um empreendimento ambicioso que mudaria a história da engenharia do Brasil e do Paraguai no cenário mundial. Foi no dia 5 de maio de 1984, data que se tornaria simbólica para brasileiros e paraguaios. A maior usina do mundo em tamanho – até então – começava a operar.

 

À época, o gerente de Operação, José Pereira do Nascimento, foi quem conferiu o sincronismo da máquina, acompanhado de personagens históricos da empresa, como os ex-diretores-gerais brasileiro (José Costa Cavalcanti) e paraguaio (Enzo Debernardi).

 

Naquele momento, com o fim dos testes de comissionamento, Itaipu entregava energia somente para o mercado paraguaio. No Brasil, não havia ainda linha de transmissão para receber a eletricidade da binacional. A venda de energia aos dois países teve início, para valer, em 1º de março de 1985.

 

Já cinco meses depois do primeiro giro comercial, no dia 25 de outubro, houve a inauguração oficial da usina, pelos presidentes João Figueiredo, do Brasil, e Alfredo Stroessner, do Paraguai.

 

Mesmo depois da conclusão da usina chinesa de Três Gargantas, em 2012, com potência instalada de 22,4 mil megawatts ante os 14 mil MW de Itaipu, a usina brasileiro-paraguaia mantém o título de maior produtora de energia do mundo, com o recorde anual de 103,1 milhões de MWh, registrado em 2016. A maior produção da usina chinesa foi de 101 milhões de MWh, em 2018.

 

No acumulado, a soma de toda energia produzida por Itaipu é imbatível: são mais de 2,63 bilhões de MWh. Essa energia seria suficiente para atender por 42 dias a toda a demanda do planeta com eletricidade limpa, renovável e de menor custo que a maioria das fontes disponíveis.

 

O ápice da participação de Itaipu no mercado brasileiro de eletricidade foi alcançado em 1997, com o atendimento de 26% da demanda do setor no País.

 

Com a entrada de novos empreendimentos no sistema e o aumento progressivo do consumo de eletricidade, essa proporção foi diminuindo aos poucos. Nos últimos anos, ela tem se mantido relativamente estável. Em 2018, a hidrelétrica foi responsável pelo abastecimento de 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 90% do consumo do Paraguai.

 

PRODUÇÃO – De janeiro até o final de abril de 2019, a usina de Itaipu já produziu 28,7 milhões de megawatts-hora (MWh). Esse volume só é menor que o total anual de Tucuruí (a maior usina 100% brasileira) que foi de 31.254.191 MWh em 2018. Essa quantidade também é bem superior à geração anual de Belo Monte (18,3 milhões de MWh) e de Santo Antônio (17,4 milhões de MWh).

 

A produção de Itaipu representa mais do que o dobro da produção da usina nuclear Angra 2, que foi de 10,7 milhões e quase se iguala à geração somada de 2018 em três usinas do Rio Paraná: Ilha Solteira (12,6 milhões de MWh), Jupiá (7,5 milhões de MWh) e Porto Primavera (8,8 milhões de MWh). Juntas, elas geraram 28,9 milhões de MWh no ano passado.

 

Outro dado bastante importante para Itaipu é o da produtividade medida pelo Fator de Capacidade Operativa (FCO) – o índice, que afere o percentual da quantidade de água que chegou na usina e que efetivamente gerou energia – está em 99,9% em 2019.

 

Já a disponibilidade das máquinas para geração está em 97,27% neste ano, enquanto a indisponibilidade forçada dos geradores (devido à falha de equipamentos ou humana) nesses quatro primeiros meses do ano foi de apenas 0,11%, índice considerado excelente pela Área Técnica.

 

Só a produção parcial de 2019 de Itaipu (janeiro, fevereiro, março e abril) atenderia por 21 meses do consumo de eletricidade do Paraguai ou da cidade de São Paulo por um ano.

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