Vale vai investir mais de R$ 200 mi este ano no programa de automação das operações

A Vale anunciou que deverá investir no correr deste ano mais US$ 45 milhões – ou cerca de R$ 210 milhões – para acelerar o seu programa de automatização das operações. A ideia da mineradora é de colocar em operação novos caminhões e maquinários que se movimentam de forma autônoma, sem a presença de operadores nas cabines, com uso de inteligência artificial, GPS e computador.
De acordo com empresa, serão mais 14 equipamentos deste tipo até o final do ano, o que elevará para 86 o tamanho da frota. Desde 2016, a Vale investiu cerca de US$ 124 milhões (ou R$ 580 milhões) no projeto de veículos autônomos. Esses investimentos em tecnologia, segundo a Vale, reduzem significativamente os riscos a que os empregados estão expostos na área operacional, além de dar mais estabilidade à operação e gerar ganhos de eficiência.
Dentro do mesmo programa, a Vale acaba de colocar em operação o pátio autônomo no terminal portuário de Ilha Guaíba, no município de Mangaratiba, localizado na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O terminal conta agora com recuperadoras e empilhadeiras automatizadas, que movimentam 8 mil t de minério por hora cada uma. Esses equipamentos eram operados a partir das cabines, localizadas a até 40 mde altura. Agora, as máquinas estão sendo operadas a partir de um centro de controle.
Mas não se trata de uma teleoperação, em que o operador fica numa cabine longe do equipamento, operando por joystick a partir de uma tela: a própria máquina executa o empilhamento, por meio de algoritmos. Os operadores programam ainda como as pilhas de minério precisam ser montadas para melhorar a logística, cabendo também à máquina a execução da tarefa. A rápida tomada de decisões dos robôs reduz em 10% o tempo de embarque.
FORA DE ESTRADA – Os primeiros equipamentos autônomos entraram em operação nas plantas da Vale em 2018. Foram caminhões fora de estrada, com capacidade para mais de 300 t, que operam em minas como Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, em Minas Gerais, e Carajás, no Pará. Hoje, são 24 caminhões fora de estrada e 18 perfuratrizes (brocas que cavam os minérios) autônomos em operação, além de 30 máquinas de pátio.
Segundo a companhia, com o avanço dos veículos autônomos, cerca de 300 empregados deixaram de atuar em áreas sujeitas aos riscos da operação, como as cavas das minas e os pátios de estocagem em Minas Gerais, Pará e Rio de Janeiro. O processo foi acompanhado de um plano de qualificação dos empregados para atuarem com as novas tecnologias, seja em funções como projetistas de pistas de caminhões ou nas mesmas funções, interagindo com os veículos autônomos.
A tecnologia ainda tem a vantagem de contribuir para a empresa atingir suas metas ambientais. De fato, em Itabira, Minas Gerais, as perfuratrizes autônomas apresentaram redução de 7,3% de combustível na comparação com as tripuladas, reduzindo as emissões em 2.966 t de gás CO2. Para absorver essa quantidade de emissões, seria necessária uma área de 22 mil m² de florestas. Já nos caminhões de Brucutu, em Minas Gerais, os pneus tiveram um acréscimo de 25% na sua vida útil, por exemplo. (texto: Alberto Mawakdiye/foto: divulgação)