Vila Olímpia terá rede elétrica digitalizada

Vila Olímpia, importante centro financeiro e de escritórios localizado na zona oeste de São Paulo, será o primeiro bairro da cidade a ter digitalizada a sua rede elétrica. O projeto, batizado de “Urban Futurability”, foi lançado pelo governador João Doria no último dia 9 de outubro, e prevê a retirada de todos os postes e fios do bairro e a implantação de novas tecnologias de controle e de inteligência artificial.
O projeto, que deverá ser implantado em três anos, receberá investimentos de R$ 125 milhões, que virão do programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ele será capitaneado pela Enel, multinacional italiana de energia que hoje detém o controle acionário da Eletropaulo, a empresa paulista de distribuição que atende a Grande São Paulo e regiões vizinhas.
Atualmente, a região da Vila Olímpia já conta com 15,53 km de cabos subterrâneos, mas com o projeto outros 4,86 km deverão ser enterrados em 26 vias, o que resultará na retirada de aproximadamente 150 postes. O projeto prevê que as empresas de telefonia que compartilham estes postes também enterrem seus cabos.
De acordo com a Enel, será criada uma réplica digital tridimensional da rede elétrica de toda a Vila Olímpia e serão instalados aproximadamente 4.900 sensores que coletarão dados sobre as condições da rede.
“A tecnologia para a cópia digital da rede permitirá acesso remoto e em tempo real, o que melhorará a qualidade de serviço na região”, explica Nicola Cotugno, principal executivo da Enel no Brasil. “Mas talvez a principal vantagem esteja no uso muito mais racional e eficiente de energia”.
No total, o projeto prevê mais de 40 iniciativas de digitalização e inteligência artificial para a gestão da rede, iniciativa que, segundo a Enel, é inédita na América Latina. Os sensores auxiliarão a distribuidora na operação e também no processo de localização de defeitos – quando os sistemas de autorreconfiguração isolam um trecho afetado de forma automática, reduzindo o número de clientes impactados.
Sinergia
O projeto possibilitará também o engajamento de outros entes, como o poder público e as empresas de serviços, uma vez que o mapa digital da rede terá informações também de ativos de telecomunicações, de iluminação pública e semáforos. Além disso, sistemas identificarão também outros ativos que interfiram na operação, como árvores próximas aos cabos. Essas informações facilitarão o monitoramento e a elaboração de planos mais adequados de manutenção preventiva.
Segundo Cotungo, a infraestrutura elétrica da Vila Olímpia, tornando-se uma plataforma digital, inteligente e sustentável, possibilitará ainda futuras aplicações. Para atender o cenário de expansão da mobilidade elétrica e do avanço da geração distribuída, está previsto no projeto, num segundo momento, a incorporação de soluções de mobilidade elétrica, mobiliário urbano conectado e de iluminação inteligente da Enel X, unidade de negócios do grupo italiano Enel dedicada ao desenvolvimento de soluções digitais.
Segundo Francesco Starace, CEO global da Enel, Vila Olímpia será referência para a expansão do projeto e a consequente transformação digital da capital paulista. “O bairro é só o início de um projeto maior. Queremos levar a tecnologia que vamos empregar na Vila Olímpia para toda a metrópole”, diz, acrescentando que a empresa também será uma das participantes do Centro Internacional de Tecnologia e Inovação (Citi), que será implantado até 2020 pelo governo de São Paulo no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) da Universidade de São Paulo (USP).
Ali, a empresa pretende, nos próximos dois anos, investir em projetos no campo de inovação e tecnologia com o objetivo de melhorar a qualidade de serviços oferecidos à população paulista. O Citi é classificado pelo governador João Doria “como o primeiro ‘Vale do Silício’ da América do Sul”. (texto:Alberto Mawakdiye/foto: Enel/divulgação)