A telemetria é suficiente para a gestão de máquinas móveis na indústria de base?
Vinicius Callegari (*)
De origem grega, tele = remoto e metron = medida, a telemetria é uma tecnologia que permite a captura de informações de ativos. É considerada uma forma completa de obter relatórios mais precisos e visualizar os dados, tempo e localização de um equipamento. Aqui no Brasil, a cada ano cresce o interesse pelas ferramentas de telemetria para auxiliar em diversos segmentos, como é o caso da indústria de base.
Muitas empresas enxergam esse tipo de solução como alternativa para enfrentar algumas dificuldades em relação à gestão de máquinas móveis no país, seja para controlar e melhorar a segurança da operação, elevar a produtividade da movimentação de insumos, reduzir o gasto com a frota com combustível e manutenção corretiva como também para automatizar a medição de contratos de máquinas locadas.
De modo geral, a indústria é (ainda) carente de ferramentas digitais que resolvam essas dores. Ao mesmo tempo, há disponível no mercado plataformas que conhecem os processos da indústria de base e têm condições de inserir a inovação em seus processos. Porém, esses parceiros tecnológicos precisam ser especialistas em software como serviço e na operação que está se propondo a monitorar. Sendo assim, atuando a quatro mãos, será possível levar toda a operação para outro patamar e oferecer resultados significativos para a organização.
Por outro lado, um dos grandes equívocos das empresas é pensar que apenas a telemetria será suficiente para entregar este nível de informação para acompanhamento e tomada de decisão. Atrelar telemetria avançada com internet das coisas (IoT) e geoprocessamento da usina em uma única plataforma de gestão de frotas, é o que verdadeiramente possibilita realizar o que chamamos de digitalização de múltiplos ativos. Dessa forma, atinge-se um nível onde a operação consegue não apenas controlar a produtividade, mas também entender o perfil de utilização e ociosidade dos ativos (máquinas móveis), de forma automática, em tempo real e com apenas um clique.
De acordo com a minha experiência, uma plataforma de gestão de frotas que consegue unir IoT, telemetria avançada e geoprocessamento da usina, entrega aumento da produtividade de movimentação das máquinas em até 15%, redução de 10% do consumo de combustível, 8% com manutenção corretiva, além de zerar incidentes de risco à segurança das pessoas dentro das operações. Em relação à automatização da gestão e medição de contratos de máquinas terceirizadas, é possível reduzir em 15% o valor dos contratos.
Enfim, acredito que consegui trazer à tona qual é o tipo de solução de gestão de frotas que pode realmente beneficiar a indústria. A telemetria traz um leque de oportunidades para o mercado de forma isolada, mas que quando utilizada com internet das coisas e geoprocessamento da usina, revoluciona e permite ainda mais ganho na operação industrial. Porém, se me cabe dar um conselho, é preciso muitas vezes olhar mais o valor agregado do que o custo do produto em si. No final do dia, o que importa são as chances de a implantação trazer os resultados e o retorno esperados.
(*) O autor é CCO e head de Desenvolvimento Comercial da GaussFleet.
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