Metal Mecânica

Indústria de máquinas e equipamentos segue em recuperação

Com o desempenho da indústria de máquinas e equipamentos em forte recuperação nos cinco primeiros meses de 2021, a Abimaq revisou para cima a projeção de crescimento anual do setor de 13,5% para 17,9%.  Essa revisão deve-se ao bom desempenho setorial no mercado doméstico e à retomada das exportações.

A carteira de pedidos, embora tenha registrado queda de 1,7% de abril para maio, mantém um bom nível, o que sugere a continuidade da expansão das atividades no curto prazo. Em maio, as empresas tinham na média carteira de pedidos para 11,8 semanas, 26,3% acima do nível observado em maio de 2020, de acordo com dados divulgados pela Abimaq no dia 30 de junho.

O nível de ocupação da capacidade instalada de 77,9% em maio manteve-se praticamente estável (houve uma leve redução de 0,1%) e permanece em bom patamar, o que sugere que as empresas do setor vão precisar desengavetar – se já não o fizeram – os projetos de investimentos no parque de máquinas.

O quadro de pessoal da indústria brasileira de máquinas e equipamentos segue em crescimento, o que indica confiança. O mês de maio de 2021 registrou o décimo primeiro crescimento consecutivo no número de pessoas empregadas. As empresas do setor encerraram o mês de maio com pouco mais de 354 mil pessoas empregadas diretamente. Em relação ao mês de maio de 2020, foram criados 58 mil postos de trabalho. Entre os segmentos representados pela a Abimaq, o único a registrar encolhimento no quadro de pessoal foi o de máquinas para infraestrutura e indústria de base.

 

FATURAMENTO – No mês de maio, a receita líquida total do setor foi de R$ 17.179,74 milhões, com crescimento de 0,7% em relação a abril e 46,1% acima do mesmo mês de 2020. No acumulado do ano, a receita líquida total somou R$ 80.843,77 milhões, uma expansão de 39,2%.  Essas taxas de crescimento excepcionais (de maio de 2021 comparado ao mesmo mês do ano anterior e do acumulado ano em relação ao mesmo período do ano anterior) devem ser vistas com reservas, pois no ano passado o setor ainda experimentava o forte impacto da redução das atividades devido à pandemia de Covid-19.

A receita líquida interna de R$ 13.190,33 milhões em maio é 1% superior a do mês de abril e 63,2% superior à de maio de 2020. No período de janeiro a maio de 2021, a receita foi de R$ 62.273,74 milhões, 63,2% acima do mesmo período do ano passado. “Se observa um descolamento entre a dinâmica sanitária e o comportamento da economia, o que justifica a manutenção dos investimentos durante o período de recrudescimento dos casos de contaminação e morte”, observa o relatório de desempenho divulgado pela Abimaq.

 

CONSUMO APARENTE – No mês de maio, o consumo aparente foi de R$ 24.335,97 milhões, com crescimento de 5,2% em relação a abril e 37,5% na comparação com o mesmo mês de 2020.  No acumulado do ano até maio, o consumo aparente de R$ 116.872,37 milhões é 21,8% maior que no mesmo período de 2020.

“No mês de maio, embora a melhora no consumo aparente tenha se dado tanto pelo lado da produção local como importada, a maior alta veio dos produtos importados. No ano, por outro lado, a expansão de 21,8% nos investimentos em máquinas e equipamentos, é predominantemente de bens produzidos localmente. Em maio, o market share do fabricante nacional aumentou novamente, tanto em relação ao resultado observado em abril como ao observado em 2020, e alcançou 53,3% do consumo nacional de máquinas e equipamentos. Em maio de 2020 a participação do produtor local no consumo aparente era de apenas 42,1%”, informa o relatório da Abimaq.

 

EXPORTAÇÕES – As vendas externas da indústria de máquinas e equipamentos somaram US$ 753,99 milhões, 7,3% acima de abril e 46% maiores que no mesmo mês de 2020. No acumulado do ano, as exportações totalizaram US$ 3.251,45 milhões, 14,1% a mais que no mesmo período de 2020.

De acordo com a Abimaq, o crescimento das exportações acontece devido à aceleração do ritmo de vacinação em importantes economias, e com isso o comércio internacional vem ganhando ritmo. “Nos meses de fevereiro, março, abril e maio houve crescimento em relação ao mês anterior (9,9%, 8,5%, 8,0% e 7,3%, respectivamente).

O crescimento no volume de exportações, porém não é linear, embora a maioria dos segmentos representados pela Abimaq tenha registrado expansão. No ano, apenas dois grupos setoriais registraram queda: Infraestrutura e indústria de base (-3,2%) e Petróleo e energia renovável (-58,6%). Entre os com melhores desempenhos destacaram-se: Logística e construção civil (+39%); Máquinas para bens de consumo (+29,0%); e Máquinas para agricultura  (+22,8%).

No ano, o recorte por destino das exportações mostrou continuidade da recuperação das vendas de máquinas para países da América Latina (+41,9%). A China também registrou aumento nas aquisições de máquinas e equipamentos brasileiros (+249%). Por outro lado, as exportações de máquinas para os EUA recuaram 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas para os países da zona do euro, que também iniciam um processo de recuperação, registraram crescimento de 7,5%.

 

IMPORTAÇÕES – No mês de maio, as importações foram de US$ 1.847,81 milhões, 19,2% acima do mês de abril e 56% superiores às do mesmo mês de 2020. No acumulado até maio, as importações totalizaram US$ 8.363,52 milhões, 4,5% a mais que no mesmo período de 2020.

O crescimento nas importações de máquinas predominou entre os setores da economia durante o mês de maio de 2021. No ano, após a forte recuperação na ponta, apenas o setor de infraestrutura e indústria de base continuou com os investimentos em bens importados em queda (-52,1%). Todos os demais setores registraram incremento das importações de máquinas no período de janeiro a maio, com destaque para: Setor de bens de consumo (+35,6%); Logística e Construção civil (31,5%); e Indústria de transformação (30%). (Franco Tanio)

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