Metal Mecânica

Abimaq vê como positivo corte na taxa de juros, mas cobra mais medidas para incentivar investimento

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), considera positiva a redução de 0,25 ponto percentual na taxa Selic. Com isso, a taxa está em a 6,5% ao ano – a mais baixa desde 1999, quando o Banco Central adotou o sistema de metas de inflação. Porém, a entidade que representa o setor de bens de capital mecânicos acredita que existem outras questões que devem ser enfrentadas pela equipe econômica do governo.

“A continuidade da redução da Selic tem de ser acompanhada por medidas que se traduzam em melhores condições de financiamento aos investimentos produtivos. Somente um ambiente que incentive os investimentos será capaz de acelerar a recuperação, e no longo prazo, de sustentar o crescimento econômico”, afirmou João Marchesan, presidente do Conselho de Administração da Abimaq.

A Abimaq observa que inflação continua em queda e abaixo da meta – 2,84% em fevereiro no acumulado em 12 meses, enquanto o desemprego se mantém elevado, com mais de 12 milhões de pessoas desocupadas. Além disso, a produção industrial voltou a cair e o IBC-Br – a prévia do PIB medido pelo Banco Central – também foi negativo em janeiro.

A redução de juros contribui para a recuperação da economia brasileira. A entidade concorda com a manutenção do ciclo de redução da Selic, porém acredita que apenas uma taxa básica de juros menor não é capaz de superar as dificuldades que o país enfrenta: é preciso de uma estratégia que priorize o retorno dos investimentos produtivos.

A Abimaq frisa ainda que mesmo com a redução da Selic nos meses anteriores, a taxa de juros para as pessoas jurídicas e o spread bancário, ambos com recursos livres, aumentaram em janeiro. A taxa de juros subiu de 21,6% para 22,3% ao ano, enquanto o spread passou de 13,7 p.p. para 14,7 p.p.

“Portanto, existem outras questões que devem ser enfrentadas pela equipe econômica do governo. A continuidade da redução da Selic tem de ser acompanhada por medidas que se traduzam em melhores condições de financiamento aos investimentos produtivos. Somente um ambiente que incentive os investimentos será capaz de acelerar a recuperação, e no longo prazo, de sustentar o crescimento econômico”, afirma a Abimaq.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a redução de 0,25 ponto percentual nos juros básicos da economia foi uma decisão acertada do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).

A CNI destaca que a inflação baixa e o fraco desempenho da economia contribuíram para o corte dos juros. “A redução das taxas de juros é crucial para estimular o consumo e os investimentos e garantir a recuperação da economia”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. No entanto, ele alerta que a manutenção dos juros baixos, o controle da inflação e o crescimento sustentado do país dependem, fundamentalmente, do equilíbrio das contas públicas.

Mostrar mais

Artigos relacionados

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo