Ações para a sustentabilidade de TI ainda não são realidade na maior parte das empresas
Dos líderes de TI de todo o mundo, 84% consideram o alinhamento às melhores práticas de sustentabilidade de TI algo importante ou muito importante para suas organizações. Ainda assim, somente 34% dos entrevistados afirmaram já implementar programas de sustentabilidade em suas áreas. Os dados são da pesquisa “Sustentabilidade de TI 2022”, a partir de entrevistas com 1900 líderes de TI de todo o mundo – incluindo 97 da América Latina. O estudo foi realizado pela Paessler, empresa especializada em monitoração de redes.
Outros 34% disseram que isso não é uma prioridade. “Fica claro que, apesar da adesão geral à agenda verde, ações efetivas ainda são realizadas por um grupo limitado de empresas”, diz Luis Arís, gerente de Negócios da Paessler América Latina. A empresa oferece a plataforma de monitoramento multiplataforma e multiprotocolo PRTG, para suportar a jornada ESG (Environment, Social and Governance) das organizações. A visibilidade que o gestor ganha com o PRTG permite que, por meio de uma única interface, monitore-se de latas de lixo a roteadores de rede, do consumo de Apps ao nível de oxigênio em minas de carvão. Além de TI, o PRTG monitora ambientes industriais (OT) e as mais heterogêneas aplicações IoT (Internet of Things).
Na visão de Aris, a capacidade de monitorar de forma proativa e preditiva todo tipo de dispositivo, ambiente ou processo é algo crítico para as organizações.
A pesquisa detalha como os gestores de TI enxergam a jornada em direção à sustentabilidade. Numa resposta de múltipla escolha, 48% afirmam que é importante reduzir o uso de hardware. 43% apostam em smart buildings, ambientes automatizados onde o consumo de energia é otimizado por meio de soluções baseadas em sensores IoT. 38% valorizam o uso de energia renovável. 34% priorizam a adoção de soluções na nuvem em lugar de ambientes on-premises tradicionais. E, finalmente, 28% buscam a sustentabilidade por meio da contratação de serviços de data centers verdes. Outro destaque da pesquisa diz respeito à cultura de sustentabilidade de TI de cada região do mundo.
“Em relação à redução de uso de hardware, a Europa é a mais avançada – essa resposta foi dada por 51% dos gestores dessa região”, observa Arís. A Ásia, por outro lado, sai na frente no suporte às soluções de smart building: 48% ressaltaram essa estratégia durante a entrevista. As Américas também apostam em soluções de smart building – 44% valorizaram essa tecnologia em suas respostas.
O estudo mapeou, também, o uso de soluções IoT. Quem gerencia os projetos IoT na organização é, em si, uma questão. Embora 37% digam que é o time de TI que lidera essas implementações, outros 43% disseram que essa é uma empreitada levada adiante por times multidisciplinares. Profissionais das áreas de engenharia, infraestrutura, manutenção, operações e produção também estão à frente dos projetos IoT das empresas.
Outra descoberta interessante diz respeito às razões que estão levando os gestores a ampliar o uso de IoT em suas organizações. 37% de todos os entrevistados afirmaram que o principal valor das implementações IoT é a redução de custos. Mas, nesse quesito, novamente aparecem as diferenças regionais. Enquanto 62% dos líderes de TI da Ásia disseram que estão empenhados em otimizar seus processos de negócios – mesma meta de 40% dos gestores europeus -, 54% do grupo das Américas valoriza mais o papel do monitoramento do dispositivo IoT no suporte à segurança digital.
E, por fim, a pesquisa luzes sobre o que frustra os gestores de TI, profissionais vistos como stakeholders dos processos de negócios das empresas. Equipes extremamente enxutas e ambientes digitais em constante expansão explicam que 34% dos entrevistados se digam muito irritados com alarmes falsos positivos – quando sistemas de monitoração de TI disparam avisos sobre falhas que não estão, de fato acontecendo. “Esse tipo de inconsistência na plataforma de monitoramento leva o gestor a gastar tempo com algo que não faz sentido, afetando a produtividade do time”, explica Arís. Outros 33% reclamam da chuva de notificações desnecessárias.
O estudo da Paessler revela, ainda, que a produção de relatórios com KPIs sobre tudo o que se passa nos ambientes digitais da organização segue sendo uma dor de cabeça para os gestores. 23% são obrigados a colher manualmente dados para relatórios nem sempre necessários.
Em relação aos desafios que enfrentarão entre o segundo semestre de 2022 e 2025, 50% dos gestores entrevistados afirmam que nada é mais complexo do que o crescente uso de cloud computing. Ambiente que pode ser configurado como nuvem pública, privada e híbrida, essa plataforma fluida e distribuída tem exigido novos skills dos gestores de TI. Diante desse quadro, 41% disseram que temem a pressão de manter uma infraestrutura de TI resiliente num modelo em que os usuários estão tanto dentro como fora do perímetro tradicional, realizando suas funções a partir de serviços disponíveis na nuvem. “Esse quadro exige soluções de monitoramento preditivas que trabalham 24×7 para identificar possíveis falhas e, a partir daí, emitir alertas que permitirão ao gestor evitar o downtime e a interrupção nos processos de negócios”, diz Arís.