Adequações a normas técnicas de instalações de equipamentos elétricos e mecânicos “Ex” exigem cuidados
As adequações a normas técnicas de instalações de equipamentos elétricos e mecânicos “Ex” e cuidados com ambientes explosivos exigem atenção redobrada. Apesar da seriedade do assunto, relacionado à segurança pessoal, operacional e patrimonial, há um grande desconhecimento da área, de acordo com o engenheiro Nilson Cunha Júnior, gerente de Elétrica, Instrumentação e Automação do setor de energia da A1 Engenharia.
O estudo de classificação de áreas (avaliação do rico de presença de atmosfera explosiva) é a primeira tarefa para uma instalação elétrica com nível elevado de segurança. São diversos fatores que influenciam esse estudo, como as propriedades físico-químicas das substâncias inflamáveis, os tipos de processos (bombas, compressores, ventiladores, reatores, trocadores de calor e outros), parâmetros de operação (como pressão, vazão e volume), condições climáticas do local (da ventilação e temperatura ambiente até umidade do ar) e ciclos operacionais.
“As publicações e normatizações sobre o tema vem crescendo, elevando o nível de conhecimento dos profissionais que atuam nestas áreas, mas ainda temos um trabalho grande de conscientização da importância deste assunto”, comenta Cunha Júnior.
O assunto era antes restrito a setores como petróleo & gás, química, petroquímica, armazenamento de grãos e sucroalcooleira, mas vem crescendo nos demais segmentos onde também encontramos áreas classificadas como papel & celulose, porto e automobilística. A amplitude de setores impactados demonstra a seriedade do tema.
Equipamentos e instalações em atmosferas explosivas com especificação “Ex”, na área de elétrica, instrumentação e automação, são observados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desde o final dos anos 1960. O Brasil segue designações de comitês internacionais de segurança. As Normas Técnicas brasileiras adotadas das Séries ABNT NBR IEC 60079 (Equipamentos elétricos “Ex”) e ABNT NBR ISSO/IEC 80079 (equipamentos mecânicos “Ex”), são idênticas a normas internacionais de segurança da IEC (International Electrotechnical Commission), elaboradas pelo Comitê Técnico Internacional TC-31, em conteúdo técnico, estrutura e redação e sem desvios técnicos nacionais em relação ao que delimita a IEC.
“Parte dos profissionais encarregados de conduzir esse estudo, da disciplina de elétrica, não possuem necessariamente conhecimento aprofundado sobre o tema, resultando em dificuldades de executar uma avaliação que se aproxime o mais possível da realidade da empresa”, destaca o gerente. Ele atenta para duas possibilidades de conclusões errôneas: uma por excesso e outra pela falta.
O erro por excesso acontece quando a quantidade e graus de área classificada é muito superior ao ideal, gerando um gasto financeiro exacerbado na aquisição de equipamentos “Ex” e nos custos de manutenção e operação. Subestimar o risco também acarreta problemas, o erro pela falta de uma avaliação precisa, que afeta o nível de segurança da instalação. “É preciso manter o envolvimento apenas de profissionais qualificados para projeto, montagem, operação, manutenção e inspeção”, lembra Cunha Júnior.