Alta nos custos de matérias-primas e de energia pressionam as micro e pequenas indústrias
As atividades em todo o estado de São Paulo estão sendo retomadas, no entanto, micro e pequenas indústrias ainda pagam o preço alto dos custos de produção, agravado pelas contas de energia, cada vez mais caras. Os dados são da pesquisa Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi). Segundo o estudo, pelo sétimo mês seguido, o Índice de Custos ficou abaixo de 100 pontos, sinalizando um cenário prolongado de alta significativa de custos para as micros e pequenas indústrias paulistas.
Mais da metade (65%) das micro e pequenas indústrias no estado de São Paulo afirmaram ter registrado alta significativa de custos de produção em geral. O percentual de empresas nesta situação segue elevado desde janeiro, teve leve recuo em maio, mas voltou a subir.
A pesquisa aponta que matéria-prima e insumos são as maiores dificuldades enfrentadas são alta nos preços (85%), falta de material (57%), atraso na entrega (51%) e baixa qualidade (30%).
A alta significativa no custo da energia elétrica, reportada por 62% em junho, agora foi apontada por 69% das micro e pequenas indústrias consultadas. Para 29% a conta de energia não teve aumento significativo e 2% não souberam responder.
Em relação ao peso da conta de energia na contabilidade das micro e pequenas indústrias consultadas, 66% afirmam que gastam até 10% do que faturam. Para 16%, a conta representa de 11% a 20% do faturamento da empresa e 8% afirmam que destinam mais de 20% do faturamento para pagar a conta de energia.
Quando perguntadas sobre o peso dos custos de produção registrados no mês anterior, 60% afirmaram que matéria-prima e insumos representam a maior parcela. Para 4% a logística tem maior peso e para outras 2% a maior parte dos custos são com mão de obra e salários.
Para o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria no Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, a pesquisa confirma que este é o ciclo mais longo de alta nos custos de produção registrado em toda a série histórica iniciada em 2013. “O prolongamento da crise provocada pelas restrições de funcionamento, isolamento, dificuldade de acesso a crédito, elevações consecutivas do preço da energia elétrica e a dificuldade em repassar os sucessivos aumentos são os responsáveis pelo cenário difícil que se apresenta para as micro e pequenas indústrias. Infelizmente a retomada das atividades ainda não significa um respiro para as empresas, que seguem em dificuldade”, lamenta.
A coleta de dados ocorreu de 15 a 26 julho de 2021.