Brasileiro tem pouca informação sobre descarte correto de lixo eletrônico

A Green Eletron , maior gestora sem fins lucrativos de logística reversa de eletroeletrônicos e pilhas do país, acaba de divulgar a pesquisa “Resíduos eletrônicos no Brasil – 2021”, conduzida pela Radar Pesquisas . O objetivo do estudo é entender o hábito dos brasileiros para o descarte desses itens e verificar diferenças de comportamento e conhecimento da população nas cinco regiões do país, para que ações efetivas possam ser tomadas, levando a uma melhora do cenário de reciclagem no país.
É necessário entender o impacto desses resíduos para o planeta. Anualmente, mais de 53 milhões de toneladas de equipamentos eletroeletrônicos e pilhas são descartadas em todo o mundo, segundo o The Global E-waste Monitor 2020 . Esse é um dos grandes desafios da gestão de resíduos, pois o número de dispositivos cresce cerca de 4% por ano e quando descartados e manuseados incorretamente, os componentes químicos podem ser prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.
Em cinco anos, os produtos descartados cresceram mais de 20%. O fato de o Brasil ser um dos líderes do ranking, ocupando a quinta posição mundial e a primeira na América Latina, torna esse debate ainda mais urgente. “O Brasil descartou, apenas em 2019, mais de 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, sendo que menos de 3% foi reciclado. Além das possíveis contaminações de solo e água com o descarte incorreto, também há um grande desperdício, porque os materiais reciclados podem ser reutilizados em diferentes indústrias, evitando a extração de matérias-primas virgens”, explica Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Eletron.
Hoje, o país sofre com poucas informações sobre o que é o lixo eletrônico, a possibilidade de reciclagem dos aparelhos e a importância da discussão desse tema para a sustentabilidade do planeta. Isso influencia diretamente na conscientização da população, que tem pouco acesso às informações desse setor. “Como o público é parte fundamental no processo de logística reversa e reciclagem, esse cenário precisa mudar, por isso essa pesquisa é tão importante”, diz o executivo.
RESULTADOS – Entre os participantes da pesquisa, 87% já ouviram falar em lixo eletrônico e 42% dos brasileiros relacionaram o conceito aos aparelhos quebrados. Um terço dos entrevistados (33%), entretanto, acredita que lixo eletrônico está relacionado ao meio digital, como spam, e-mails, fotos ou arquivos, o que mostra que ainda existe muita dúvida: afinal, 71% alegaram que não há muita informação na mídia sobre o assunto. A maioria dos brasileiros (87%) guarda algum tipo de eletroeletrônico sem utilidade em casa e mais de 30% fica com eles por mais de um ano.
Jovens com idades entre 18 e 25 anos declaram maior desconhecimento do que é lixo eletrônico, 14%, contra 5% dos adultos de 26 a 45 anos e 3% dos mais experientes (46 a 65 anos). Apesar disso, os jovens associam menos o lixo eletrônico ao spam (28%), enquanto 36% da segunda faixa etária e 31% da última já ligaram os termos alguma vez. O estudo também indicou quais os aparelhos mais considerados pela população como recicláveis ou não, além das dificuldades para encontrar um ponto de coleta.
O estudo quantitativo foi realizado com 2.075 pessoas, entre os dias 14 e 24 de maio de 2021. O público-alvo contempla homens e mulheres de 18 a 65 anos das classe A, B e C, segundo o Critério Brasil da Abep, de 13 estados e o Distrito Federal: SP, RJ, MG, ES, BA, CE, PE, RS, PR, SC, PA, GO, DF e MS.
RESPONSABILIDADE LEGAL – A logística reversa e a reciclagem dos materiais não são apenas uma conversa de conscientização, educação ou compromisso com o meio onde vivemos. São também obrigação legal. Em 2019 a Green Eletron assinou o Acordo Setorial para a Logística Reversa de Produtos Eletroeletrônicos, um documento complementar à PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos).
Com isso, foram estabelecidas metas para os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. “De forma individual ou coletiva as empresas devem, gradualmente, entre 2021 e 2025, instalar mais de 5 mil PEVs nas 400 maiores cidades do Brasil e coletar e destinar o equivalente em peso a 17% dos produtos colocados no mercado em 2018, ano definido como base”, completa Brescansin.
Presente em todo o país com mais de 7 mil coletores de pilhas, baterias e eletroeletrônicos, a gestora já recolheu, em cinco anos de atuação, mais de 2,3 mil toneladas desse tipo de resíduo, que foram enviadas para reciclagem, evitando prejuízos ao meio ambiente. Para encontrar o local mais próximo para descartar o lixo eletrônico, visite: https://greeneletron.org.br/localizador