Ceratizit investe em inovação e serviços para superar a crise

No último dia 26 de novembro, o Grupo Ceratizit realizou o evento “It’s Tool Time!”, transmitido ao vivo globalmente (na foto, bastidores da preparação). Na ocasião, o membro da diretoria executiva da companhia, Thierry Wolter, disse que a empresa está bem posicionada no mercado global de metal duro, tendo crescido nos últimos dez anos de forma orgânica e por meio de aquisições.
De acordo com Wolter, o Grupo Ceratizit atualmente é detentor de várias marcas, como Ceratizit, Komet, WNT, Klenk e Ceraspin, que juntas oferecem um dos maiores portfólios de produtos no segmento. O executivo frisa que as marcas são bem posicionadas no mercado internacional. Ainda segundo Wolter, a companhia está pronta para investir mais em mercados estratégicos como o da América do Norte e da Ásia. “Somos o quarto na indústria de metal duro e estamos na ‘Champions League’ de ferramentas de corte”, afirma, referindo-se à Liga dos Campeões da Uefa, a competição anual de clubes de futebol de nível continental, organizada pela União das Associações Europeias de Futebol e disputada por clubes europeus.
Thierry Wolter afirma que a crise provocada pela Covid-19 não pegou a sua empresa totalmente no contrapé, porque o mercado já se mostrava arrefecido em 2019, antes da crise provocada pela pandemia do coronavírus, de forma que sua companhia já tinha planos para enfrentar uma economia arrefecida e que agora põe em ação. “Hoje trabalhamos na linha de fluxo do processo, com foco ainda maior no cliente”, observa, acrescentando que a companhia também trabalha na simplificação do processo e que a digitalização vem sendo implementada desde o início da Indústria 4.0. “Estamos prontos para seguir online”, diz, destacando que apesar de todos os avanços tecnológicos, no negócio de sua empresa o contato pessoal é da máxima importância, e assim o cliente pode ser sempre atendido por um único canal e um só profissional.
COVID-19 – A Ceratizit obviamente não passou ilesa pela crise provocada pela pandemia de Covid-19. No auge da crise, entre os meses de abril e maio, a companhia viu suas receitas despencarem 40%. “Em alguns países como Índia, México e Brasil foi ainda pior que isso”, comenta Wolter. A partir de setembro, o mercado começou a se recuperar gradualmente, embora não o suficiente para que as receitas da companhia atinjam o mesmo nível de 2019. “No ano, vamos fechar com queda de 20%”, afirma. “É realmente amargo”, complementa.
Apesar de 2020 ter sido um ano difícil e a crise ser “chata e dolorosa”, Wolter diz uma boa crise não pode ser desperdiçada. De acordo com ele, a empresa é forte financeiramente de forma que não há grandes preocupações, mesmo que a crise se prolongue por alguns poucos anos.
De acordo com Wolter, a companhia tem uma série tem ações que estão sendo postas em prática para conquistar mais participação no mercado, de forma que a Ceratizit saia ainda mais fortalecida da crise, o que inclui inovação de produtos e processo, além de inovação em serviços de forma a dar suporte ainda melhor ao cliente.
Os desafios para os fornecedores de ferramentas de corte para usinagem de metais, porém, são grandes, pois a queda na demanda acontece não só pelo arrefecimento da economia como um todo, que afeta fortemente o setor aeroespacial, por exemplo, como também pela mudança de tecnologia. No setor automotivo, há o crescente investimento nos veículos elétricos, que exigem menos usinagem na produção de peças e componentes. “Na Alemanha 18% dos carros são híbridos ou elétricos”, observa, destacando que isso é bom para o meio ambiente, mas o mesmo não pode ser dito para a indústria.
Nesse ambiente, não há alternativa senão inovar. No evento, a Ceratizit apresentou uma série de inovações a começar pela tecnologia Free Turn, que é uma verdadeira revolução no universo da usinagem, segundo o dr. Uwe Schleinkofer, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Ceratizit. O conceito do processo de High Dinamic Turning (HDT) e das ferramentas Free Turn foram apresentados em 2018. A realização do processo se tornou possível com o avanço das máquinas-ferramenta e dos softwares, mudando, pela primeira vez a forma de tornear em um século. De forma simplificada, o pulo do gato está em se usar o eixo de fresamento para realizar o anglo de aproximação correspondente à peça de trabalho, em vez de se usar a posição clássica estática do inserto no porta-ferramentas.
Desde a apresentação do conceito em 2018, a demanda para o HDT e as ferramentas Free Turn vem crescendo e a Ceratizit hoje conta com um departamento inteiro para implementar tal solução nos clientes. No evento, várias novidades em ferramentas Free Turn foram apresentadas e já estão disponíveis no mercado. Mais ainda, recentemente, a companhia inaugurou em Paris, na França, um Centro de Inovação totalmente dedicado à HDT e às ferramentas Free Turn. Importante lembrar que o Centro de Inovação está aberto para ajudar os clientes da companhia no mundo todo a buscar soluções para otimizar seus processos.
Durante o evento, foram apresentadas ainda novidades que abrangem soluções para usinagem 5 eixos de demanda elevada, novas classes de materiais com o inovador revestimento Dragonskin, novas ferramentas para furação, soluções para usinagem sustentável e muito mais. (texto: Franco Tanio/foto: Divulgação)