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Cinco oportunidades para a segurança eletrônica em 2021

Selma Migliori (*)

Em um curto espaço de tempo, práticas de trabalho e operações comerciais de diferentes setores da economia foram transformadas. Para a segurança eletrônica não foi diferente, testemunhamos nossas tecnologias e soluções ganhando novas funções e usos na sociedade durante a pandemia. É certo que esse momento inaugura uma nova fase para o segmento, uma vez que mais serviços dependem dos recursos da segurança eletrônica.

Apesar de otimistas, o momento exige assertividade por parte das empresas do setor para que não haja retrocessos e para que todas as oportunidades que despontam no mercado brasileiro sejam aproveitadas na construção de uma plataforma sólida de crescimento com vistas ao futuro. Nesse cenário animador e cada vez mais competitivo, é urgente estar bem informado para antecipar tendências, demandas e os desafios que nos esperam.

 

PORTARIAS REMOTAS – Na pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Segurança Eletrônica (Abese) com indústrias, distribuidores e prestadores de serviço de todo o país, sobre os impactos da Covid-19 no setor, identificamos que o segmento de Portaria Remota se mostrou bastante requisitado durante o período. Quase 20% dos entrevistados responderam que houve aumento da procura pela solução de Portaria Remota que permite o atendimento em condomínios e empresas à distância.

Contudo, o ano de 2020 também adiou muitos projetos de implementação de portarias remotas sedimentando uma demanda reprimida que será explorada no pós-pandemia – tanto para a recuperação econômica dos condomínios quanto dos moradores, já que os custos de moradia no Brasil consomem grande parte do orçamento familiar e a segurança eletrônica pode ser uma estratégia para tornar os valores mais compatíveis com a renda média brasileira.

 

CONTROLE DE ACESSO – A pandemia confirmou que não investir em segurança eletrônica não é mais uma opção. A tecnologia não é mais restrita ao âmbito da proteção, as soluções estão integradas aos processos, agilizando e oferecendo respaldo nas demandas que vão além da segurança. Dentre os recursos com maior abrangência estão os sistemas de Controle de Acesso inteligente que integram câmeras, biometria, reconhecimento facial, analíticos de vídeo, entre outras funcionalidades.

Com isso, além de alcançar protocolos de segurança mais avançados e com respaldo à operação, as Controladoras de Acesso também entregam relatórios estatísticos com contagem de pessoas, horário de maior circulação, entre outras informações relevantes para uma gestão inteligente. Quando conectadas a câmeras termográficas, podem identificar casos de febre alta, somando uma camada de biossegurança importante.

 

INTEGRAÇÃO – Não é possível elencar a principal tecnologia para 2021, mas certamente podemos assegurar o principal conceito deste e dos próximos anos: a integração. O desafio para a Segurança Eletrônica é sair do isolamento das soluções únicas para reunir diferentes tecnologias em um sistema feito sob medida para as demandas de cada cliente.

A partir do parque tecnológico disponível, como ir além? Como economizar ainda mais e obter mais resultados? Como a criatividade da Segurança Eletrônica pode elevar uma solução simples de videomonitoramento para um outro patamar? A integração é a resposta.

Ao invés da competitividade, deveremos reforçar a união entre empresas com soluções e especialidades diferentes colaborando em projetos mais completos, resultando maior longevidade dos contratos e amadurecimento digital, a palavra-chave para fidelizar os clientes conquistados principalmente durante a pandemia.

 

CIBERSEGURANÇA E SEGURANÇA DE DADOS – A equação é simples, quanto mais dispositivos conectados à rede, mais dados críticos em circulação. Por isso, a cibersegurança ganha cada vez mais importância à medida que a tecnologia conquista mais espaço. No Brasil, é curioso notar que a pandemia acelerou a adoção de soluções inteligentes ao passo que atrasou o prazo da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) – que vem exatamente impor limites à utilização de dados sensíveis. Com isso, surge a posição de Encarregado de Dados ou DPO.

A Abese está mobilizada – tanto através da equipe jurídica, quanto dos comitês – para posicionar os empresários do setor sobre as melhores práticas que serão incorporadas às empresas com a nova lei. No entanto, esse trabalho de liderança não exclui a necessidade de atualização e, sobretudo, qualificação. Neste momento inicial e de muitas informações cruzadas, há grandes oportunidades para profissionais de TI especialistas em proteção de dados e cibersegurança.

Os desafios são muitos, além de conhecer a legislação nacional e sua aplicação para o negócio da empresa, é importante que o profissional conheça sobre tecnologia e segurança da informação, que tenha experiência em gestão de compliance e, claro, uma boa comunicação. Não é à toa que através da Academia Abese, disponibilizamos um curso com certificação através do Instituto Totum de Encarregado de Dados – DPO, específica para o segmento.

Todavia, o mais importante é entender que, independente da área da Segurança Eletrônica, contamos com grandes oportunidades para profissionais bem qualificados e dispostos a inovar. Essa é a principal oportunidade para 2021.

(*) A autora é presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese).

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