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Com o apoio do Senai, a ArcelorMittal e a Fiemg vão criar um centro de pesquisas para a descarbonização industrial

A companhia siderúrgica ArcelorMittal e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) firmaram um acordo de cooperação para a implantação de umcentro de pesquisas voltado para o desenvolvimento de tecnologias e projetos de descarbonização para a indústria brasileira.

 

O laboratório funcionará no Centro de Inovação Tecnológica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (CIT/Senai) de Belo Horizonte, a capital mineira. O projeto receberá um investimento inicial de R$ 34 milhões para a estruturação básica do laboratório. A expectativa é de que o novo centro de pesquisas esteja em funcionamento no fim de 2024.

 

A assinatura do convênio ocorreu durante a abertura da segunda edição da “Imersão Indústria”, maior evento do setor industrial do estado, realizado no Minascentro, em Belo Horizonte, no último dia 23 de outubro.

 

O encontro contou com as presenças do presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO Aços Longos e Mineração Latam, Jefferson De Paula, e do presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, além do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, e de outros representantes da indústria e do governo mineiro.

 

Com foco em Pesquisa & Desenvolvimento, o Centro de Descarbonização Industrial ficará em um espaço já utilizado pela Fiemg para pesquisa e inovação, onde a entidade mantém mais de 200 profissionais dedicados ao desenvolvimento tecnológico, e deveráenvolver outros pesquisadores que já atuam no setor de inovação e pesquisa da Fiemg e da AcelorMittal.

 

A estrutura básica do laboratório contará com equipamentos complementares à infraestrutura existente no CIT/Senai, capazes de desenvolver projetos e ações relacionados ao segmento de biocombustíveis sustentáveis, à utilização de hidrogênio verde, à captura e transformação de gás carbônico ea novas tecnologias de produção siderúrgica.A ideia é de também utilizar o novo centro para promover a capacitação de profissionais para trabalhar com esta temática.

 

AVANÇO ESTRATÉGICO – Para Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil, a criação do Centro de Descarbonização Industrial é mais um passo importante na jornada de descarbonização da companhia, e um considerável avanço estratégico.

 

“Essa parceria com a Fiemg é muito relevante, tendo em vista que um dos principais desafios da nossa sociedade e da indústria é alcançar a neutralidade do carbono”, afirmou De Paula. “Este centro será fundamental para desenvolvermos em conjunto novas tecnologias que irão garantir a sustentabilidade das nossas operações”.

 

A Arcelor Mittal é uma das empresas siderúrgicas mais adiantadas no processo de descarbonização neste setor industrial. O grupo multinacional, globalmente, foi pioneiro ao lançar a meta de se tornar “carbono neutro” até 2050 e, como passo intermediário, reduzir em 25% suas emissões específicas até 2030, período em que trabalhará na melhoria dos processos já existentes.

 

Depois disso, pretende empregar tecnologias disruptivas de modo a se tornar carbono neutro até a data-limite de 2050. O grupo já estuda, por exemplo, alternativas tecnológicas para utilizar os gases de processo que contém CO2, como a produção de etanol para consumo e uso na indústria química, além de outras técnicas decaptura de carbono.

 

No Brasil, a ArcelorMittal atua nesta área, prioritariamente, em quatro frentes: otimização da matriz metálica com aprimoramento do uso de sucata como matéria-prima; troca de combustível com a substituição parcial do carvão mineral por gás natural; maximização do uso de carvão vegetal renovável; e continuidade no processo de adoção de melhorias de eficiência energética nas etapas fabris da produção de aço.

 

“A criação do centro de descarbonização prova que a indústria está fazendo a sua parte”, afirmou o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe. “Vamos desenvolver tecnologias que reduzirão a pegada de carbono nos produtos industriais, mesmo que hoje a indústria responda por apenas 6% das emissões de carbono no Brasil. Mais de 70% vêm do agronegócio e das queimadas, e 20% da geração de energia elétrica.” (Alberto Mawakdiye)

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